Questões Comentadas

A) cria para o mundo um cenário de limitadas expectativas, o que decorre da previsão de aumento do PIB chinês, contrastando com a redução de importações e com o enfraquecimento dos mercados domésticos das duas potências.

INCORRETA. O texto não fala em "limitadas expectativas para o mundo" de forma geral. Menciona o crescimento do PIB chinês, mas foca nos desafios e na "guerra" comercial entre as potências. O enfraquecimento do mercado doméstico chinês é explicitamente mencionado, mas não um enfraquecimento geral do mercado doméstico dos EUA.

B) retira o Brasil de negociações vantajosas, o que deve levar o país a aumentar as tarifas de importação sobre veículos elétricos chineses, medida indispensável para fazer frente às duas potências globais.

INCORRETA. O texto diz que o Brasil "sabiamente resistiu a aderir à Nova Rota da Seda e vem aumentando tarifas de importação sobre veículos elétricos chineses". Isso é apresentado como uma medida de prudência já adotada ou em curso, não como algo que "deve levar" o país a fazer ou uma medida "indispensável para fazer frente" de forma belicosa. O foco é evitar ser "chamuscado", não confrontar.

C) coloca o Brasil em uma situação delicada, o que justifica a sua necessidade de fortalecer a racionalidade nos negócios para que não seja prejudicado devido às dissensões entre as duas potências globais.

CORRETA. O texto conclui: "Ao Brasil... será necessária ainda mais racionalidade. Do contrário, o País sairá chamuscado na guerra entre as duas potências econômicas globais." Isso demonstra que a dinâmica entre China e EUA coloca o Brasil em uma "situação delicada", exigindo "racionalidade nos negócios" para evitar ser "prejudicado" pelas "dissensões" (guerras comerciais) entre as duas potências.

D) deixa o Brasil em posição estratégica, o que permitirá expectativa de aumento do PIB nacional e racionalidade nas definições de tarifas de importação de produtos oriundos das duas potências globais.

INCORRETA. O texto não sugere que o Brasil está em uma "posição estratégica" que "permitirá expectativa de aumento do PIB nacional" por causa dessa guerra comercial. Pelo contrário, o tom é de cautela para evitar prejuízos. A racionalidade é para não ser afetado negativamente, não para automaticamente aumentar o PIB.

E) garante ao Brasil condições espetaculares de negociações, o que permitirá equilíbrio em sua participação em negociações internacionais, com o cumprimento da meta de crescimento, de forma a equiparar o país às duas potências globais.

INCORRETA. O texto não fala em "condições espetaculares de negociações" ou que o Brasil conseguirá "equiparar" seu crescimento ou poderio às duas potências. A mensagem é de cautela e autoproteção diante de um cenário de rivalidade global, para não ser afetado negativamente, e não de uma oportunidade de ascensão a esse patamar.

GABARITO C

O texto apresenta um anúncio de margarina que afirma conter "quinhentas gramas" na embalagem. O ouvinte reage com a frase: "– Com tantas gramas, o sabor deve ser bem diferente!!!".

A chave para o humor e a ironia está na incorreção gramatical no anúncio. A palavra "grama", quando se refere à unidade de medida de peso, é um substantivo masculino. Portanto, o correto seria "quinhentos gramas". No entanto, é muito comum no Brasil, na linguagem coloquial, o uso de "gramas" como feminino, provavelmente por analogia com "quilogramas" que também é masculino mas pode gerar confusão, ou por influência de outras palavras femininas de medida.

O ouvinte, ao dizer "quinhentas gramas" (mantendo a incorreção do anúncio) e reagir com "Com tantas gramas, o sabor deve ser bem diferente!!!", está fingindo interpretar "gramas" não como unidade de peso, mas como "grama" (a vegetação, a relva), que é um substantivo feminino. Se a margarina tivesse "gramas" (relva) em sua composição, o sabor, de fato, seria "bem diferente" e estranho para o produto.

A) No texto, o emprego correto do gênero da palavra “gramas” confunde o ouvinte.

INCORRETA. O humor não reside no "emprego correto" do gênero, mas sim no "emprego incorreto" (pelo anúncio) e na subsequente "interpretação literal/equivocada" (pelo ouvinte) que explora a homografia da palavra. O anúncio usa "quinhentas gramas" (incorreto para peso), e o ouvinte se baseia nessa incorreção.

B) A expressão “tantas gramas” é criticada pelo ouvinte por ser muito exagerada.

INCORRETA. O ouvinte não critica a expressão por ser "exagerada" em quantidade. Ele a interpreta de forma diferente, levando ao humor. A quantidade de 500 gramas de margarina é normal.

C) O ouvinte não sabe diferenciar “gramas”, medida de peso, de “gramas” vegetação.

INCORRETA. A graça da ironia e do humor reside justamente no fato de o ouvinte saber a diferença, mas fingir que não sabe ou explorar essa confusão propositalmente. Ele simula não saber diferenciar para criar o efeito cômico da situação. Se ele realmente não soubesse, não haveria ironia, apenas um erro.

D) O ouvinte zomba da incorreção gramatical no anúncio, interpretando-o literalmente.

CORRETA. O anúncio usa a forma gramaticalmente incorreta "quinhentas gramas" (para peso). O ouvinte "zomba" (faz humor, ironiza) dessa incorreção ao interpretar a palavra "gramas" no seu sentido de "vegetação" (grama = relva), que é feminino. Ele interpreta o que foi dito no anúncio de forma "literal" (no sentido de usar a palavra exatamente como foi dita, no gênero feminino) para criar um sentido absurdo ("margarina com relva"), que é a fonte do humor.

E) O ouvinte acredita que a margarina é composta de ingredientes animais e vegetais.

INCORRETA. A composição da margarina (vegetal ou animal) não é o foco do humor. O humor se dá pela ambiguidade da palavra "grama/gramas" em português e pela incorreção de gênero.

GABARITO D

A) um comportamento puramente instintivo, em que não se percebe a presença de sentimento de nenhuma espécie.

INCORRETA. A descrição "estranhamente silenciosos enquanto olham para ela, aparentemente emocionados e solenes" sugere a presença de sentimentos e uma complexidade que vai além de um comportamento puramente instintivo. O texto busca justamente questionar essa visão reducionista.

B) uma demonstração clara das sensações diante da morte experimentadas pelos chimpanzés totalmente diversas das dos humanos.

INCORRETA. O texto diz que a conclusão do autor é que animais têm um "conceito de morte, mesmo que não seja necessariamente o mesmo que o nosso." Não afirma que é "totalmente diversas" (pode haver semelhanças, mas não são idênticas) nem que a demonstração é "clara" no sentido de ser completamente compreensível para humanos. O texto mantém um tom de exploração e convicção, mas com a nuance da diferença.

C) uma expressão de respeito, que sugere algum tipo de compreensão e emoção diante do momento da finitude da vida.

CORRETA. A descrição "estranhamente silenciosos", "aparentemente emocionados e solenes" ao empurrar o corpo de Dorothy, sugere um comportamento que pode ser interpretado como respeito. Essa atitude, juntamente com a discussão sobre a possibilidade de animais terem um "conceito de morte", implica que os chimpanzés demonstraram algum nível de compreensão e emoção diante da morte e da finitude da vida de sua companheira.

D) uma prova definitiva, irrefutável de que os chimpanzés sofrem a ausência dos entes queridos da mesma forma que os humanos.

INCORRETA. O texto não apresenta essa observação como uma "prova definitiva" ou "irrefutável". Ele usa termos como "aparentemente emocionados", "Será que eles estavam sofrendo?", e a conclusão final é que eles têm um conceito de morte "mesmo que não seja necessariamente o mesmo que o nosso". A cautela científica e a complexidade do tema impedem uma afirmação tão categórica quanto "prova definitiva" e "da mesma forma que os humanos".

E) um exemplo de como os animais sabem imitar comportamentos humanos no momento da morte de seus entes queridos.

INCORRETA. O texto não sugere que os chimpanzés estão imitando comportamentos humanos. Pelo contrário, a discussão da "filosofia das mentes animais" e a ideia de que eles têm um "conceito de morte" próprio (mesmo que diferente do nosso) aponta para uma capacidade inerente deles, e não para uma mera imitação.

GABARITO C

A) Animais humanos demonstram comportamentos semelhantes aos não humanos, ou seja, apresentam respostas apenas instintivas.

INCORRETA. O texto foca nos comportamentos dos animais não humanos e a possibilidade de que eles apresentem características complexas (como o luto e um conceito de morte), que vão além de "apenas instintivas". Não afirma que humanos apresentam respostas apenas instintivas.

B) O luto em animais não humanos é uma projeção humana que está completamente distante da realidade dos comportamentos desses seres.

INCORRETA. Esta alternativa representa a visão que o texto, através de Susana Monsó, tenta refutar. O texto argumenta que o medo do antropomorfismo pode levar à "antropectomia", que é a negação de que animais apresentam características humanas, e que essa negação é uma "descrição falsa da realidade". Os exemplos de girafas, queixadas e chimpanzés são usados para sugerir que o luto em animais é uma realidade, não apenas uma projeção humana distante.

C) Ao se evitar o antropomorfismo, incorre-se no perigo de não se enxergar que pode haver características humanas em animais não humanos.

CORRETA. Este é um ponto central do texto, expresso pela citação de Susana Monsó: "nosso medo do antropomorfismo pode levar ao pecado oposto da 'antropectomia' – a negação de que os animais apresentam características humanas." A autora do artigo conclui que "Ambos os erros são igualmente graves" e "Ambos são descrições falsas da realidade". Isso significa que, ao evitar excessivamente atribuir características humanas (antropomorfismo), corre-se o risco de negar características que de fato podem existir em animais (antropectomia).

D) No experimento, os chimpanzés reagiram de forma automática, sem abalo afetivo, ao ver o corpo da companheira morta Dorothy.

INCORRETA. O texto descreve os chimpanzés como "estranhamente silenciosos enquanto olham para ela, aparentemente emocionados e solenes." Essa descrição sugere um "abalo afetivo" e uma reação que vai além do "automático", contradizendo a afirmação da alternativa.

E) A ideia de que os animais possuem um “conceito de morte” idêntico ao dos humanos é amplamente defendida.

INCORRETA. O texto afirma que, após a leitura do livro, o autor estava convencido de que "muitos animais não humanos têm, de fato, um 'conceito de morte', mesmo que não seja necessariamente o mesmo que o nosso." Isso mostra que a defesa é de um conceito de morte diferente ou talvez menos elaborado que o humano, e não idêntico. Além disso, o texto reconhece que, para leitores céticos, essa abordagem "pode parecer difícil de engolir", o que sugere que não é uma ideia "amplamente defendida" sem ressalvas.

GABARITO C

A) tristeza ao perceber que sua cidade já não era mais aquela de sua meninice.

CORRETA. A expressão "Meu coração ficava pequenino" e a maldição "Diabo leve quem pôs bonita a minha terra!" indicam uma profunda melancolia e tristeza pela perda da identidade original da cidade, aquela que ele conheceu na meninice. A "beleza" atual não o agrada porque representa a perda do que era afetivamente importante para ele.

B) vaidade pelo progresso alcançado pela cidade simples onde passou sua infância.

INCORRETA. A exclamação final ("Diabo leve quem pôs bonita a minha terra!") claramente não demonstra vaidade, mas sim o contrário: repulsa ou irritação com o progresso que descaracterizou a cidade de sua infância.

C) pouco-caso diante da construção de avenidas e arranha-céus que a modernizaram.

INCORRETA. O sentimento não é de "pouco-caso" (indiferença ou desdém sem emoção). Há uma forte emoção envolvida, um lamento profundo pela mudança, que ele expressa com a maldição.

D) alegria e orgulho por reencontrar sua cidade transformada em uma bonita cidade.

INCORRETA. A alegria e o orgulho são sentimentos diametralmente opostos ao que é expresso por "Meu coração ficava pequenino" e "Diabo leve quem pôs bonita a minha terra!". Ele vê a beleza, mas a rejeita emocionalmente.

E) indiferença quanto às transformações ocorridas nos trinta anos que se passaram.

INCORRETA. O poema é totalmente permeado por um sentimento de não indiferença. A emoção da tristeza e da revolta é muito presente e é o cerne do poema.

GABARITO A

Quadro 1: A menina (Lucy) diz, com expressão de birra ou teimosia: "EU NÃO VOU PRA ESCOLA ENQUANTO NÃO _____ UMA LANCHEIRA NOVA!". O menino (Linus) está sentado ao lado dela, lendo algo.

Quadro 2: Linus pergunta: "QUAL É O PROBLEMA COM A SUA LANCHEIRA VELHA?". A menina mantém a expressão.

Quadro 3: A menina responde: "ANO PASSADO, O GAROTO QUE SENTA NA CARTEIRA DA OUTRA FILA A PEGOU." Ela está séria.

Quadro 4: A fala da menina continua: "DEPOIS QUE EU _____ NELE, ELE _____ !". A expressão dela é de quem está contando algo impactante, e a de Linus é de surpresa/horror. As lacunas indicam que algo foi feito ou dito pela menina que causou uma reação forte no garoto.

A) um aluno de sua classe costumava esconder a lancheira velha todos os dias.

INCORRETA. A tirinha diz que "o garoto que senta na carteira da outra fila a pegou", dando a entender que ele a tirou dela, não que ele a escondia diariamente. O problema é o que aconteceu depois que ele a pegou, não o ato de esconder.

B) o personagem masculino quer resolver o problema que aflige a menina.

INCORRETA. Linus pergunta "QUAL É O PROBLEMA COM A SUA LANCHEIRA VELHA?" porque não entende a birra da irmã. Ele está tentando compreender a situação, mas não há indicação de que ele vá ou queira "resolver" o problema da lancheira nova ou do incidente passado. Ele está apenas ouvindo a explicação dela.

C) o menino lê instruções de como recuperar a lancheira que o garoto pegou.

INCORRETA. Linus está lendo algo (um livro, jornal, etc.) no primeiro quadro, mas não há indicação de que sejam "instruções de como recuperar a lancheira". É apenas uma atividade que ele está realizando enquanto a irmã reclama.

D) a menina queria uma lancheira nova, pois a que ela tinha já estava velha.

INCORRETA. A menina quer uma lancheira nova, mas a razão principal não é o fato de a antiga "já estava velha". A razão é o trauma ou incidente envolvendo o garoto que "a pegou" e o que ela fez depois que ele a pegou, conforme revelado nos quadros 3 e 4. A palavra "velha" é usada pelo Linus para se referir à lancheira anterior, não é a razão da recusa dela.

E) a menina, pela confissão feita, era muito travessa e perturbava seu colega.

CORRETA. As lacunas no último quadro ("DEPOIS QUE EU _____ NELE, ELE _____ !") sugerem fortemente uma ação agressiva, intimidadora ou assustadora da menina (Lucy é conhecida por seu temperamento forte na tira Peanuts) que fez com que o garoto não quisesse mais a lancheira. Essa "confissão" (mesmo que com lacunas) indica que ela foi "muito travessa" e "perturbou" significativamente seu colega a ponto de ele largar a lancheira. A expressão de Linus (Linus está chocado, olhos arregalados) reforça que o que ela fez foi algo chocante ou perturbador.

GABARITO E

A) a situação acabou em violência, pois os comerciantes e os moradores procuraram defender o gari.

INCORRETA. Os moradores e comerciantes "se irritaram, sugerindo que jogasse o jato de água no infrator", mas Valdeci não seguiu essa sugestão. A situação, pela ação de Valdeci, não acabou em violência. Pelo contrário, Valdeci abraçou o homem.

B) com um forte jato de água, Valdeci repreendeu a pessoa que urinou no chão que ele acabara de limpar.

INCORRETA. Valdeci pensou em usar o jato ("Posso derrubar ou até cegá-lo"), mas decidiu não fazê-lo. Ele pediu que o motorista "desligasse o caminhão-pipa" e abordou o homem com palavras e um abraço, não com o jato de água.

C) o gari, diante da angústia experimentada pela reação do homem, chegou a pensar em desistir da profissão.

INCORRETA. O texto diz que a atitude do homem ("E olhava para mim enquanto fazia isso") deu a Valdeci "uma angústia". No entanto, não há nenhuma menção de que essa angústia o fez pensar em desistir da profissão. Ele apenas "teve de respirar e pensar" para reagir de forma diferente.

D) o homem que urinou no chão não demonstrou, em nenhum momento, arrependimento por sua atitude.

INCORRETA. Após Valdeci se aproximar, falar com ele e abraçá-lo, o texto afirma que "O homem começou a chorar". O choro, nesse contexto de confronto compassivo, é um forte indicativo de arrependimento, remorso ou reconhecimento da própria dor que o levou àquela atitude, e uma resposta à empatia recebida.

E) Valdeci se irritou com a atitude do homem que urinou no chão, mas teve paciência, e sua reflexão o acalmou.

CORRETA. O texto diz que a atitude do homem deu a Valdeci "uma angústia". Angústia aqui pode ser lida como um desconforto profundo que inclui irritação ou indignação. A frase "Tive de respirar e pensar" indica um momento de pausa, de controle da emoção inicial (que poderia ser raiva/irritação) e uma reflexão racional ("esse jato de água é muito forte. Posso derrubar ou até cegá-lo"). Essa reflexão o levou a uma ação de paciência e empatia, acalmando a situação e a si mesmo para lidar com ela de forma construtiva. A "angústia" é a emoção inicial negativa que ele precisou gerenciar.

GABARITO E

O texto narra a história de Valdeci de Souza Boareto, um gari que escreveu um livro sobre sua profissão e os pilares de inteligência emocional, resiliência e empatia. Um exemplo dado é o episódio em que um homem urina no chão limpo propositalmente e Valdeci, em vez de reagir com raiva ou violência, demonstra empatia e compaixão, abraçando o homem e tentando entender sua dor. O título do artigo é "Lição de vida".

A) diz respeito à sociedade que reconhece o real valor da profissão de gari.

INCORRETA. Embora o livro de Valdeci busque respeito pela profissão ("Um Gari Que Só Quer Respeito"), o título "Lição de vida" no contexto do artigo se refere mais diretamente à atitude de Valdeci e seus pilares (inteligência emocional, resiliência e empatia) diante do desrespeito, e não a um reconhecimento generalizado da sociedade sobre a profissão de gari. A cena do homem urinando e a reação de Valdeci mostram que o reconhecimento ainda não é pleno.

B) refere-se à crescente trajetória profissional de Valdeci, elogiada por todos.

INCORRETA. A trajetória de Valdeci como escritor e palestrante em Harvard é mencionada, mas o "Lição de vida" do título do artigo aponta para algo mais profundo que a mera ascensão profissional. A história contada, com a reação de Valdeci ao desrespeito, é a "lição" principal, que transcende sua carreira.

C) confirma a vingança incontida de Valdeci pelo desrespeito de um homem.

INCORRETA. Isso contradiz completamente o texto. Valdeci não se vingou. Pelo contrário, ele pensou em não prejudicar o homem ("Posso derrubar ou até cegá-lo", "as duas famílias (a dele e a do homem) iriam sofrer") e agiu com compaixão e empatia, abraçando o homem.

D) relaciona-se à capacidade do gari de compartilhar os sentimentos do outro.

CORRETA. A "lição de vida" que o texto apresenta é a atitude de Valdeci diante do homem que o desrespeitou. Ele não reage com raiva, mas com empatia. Sua pergunta "conta para mim o que está acontecendo?" e o abraço demonstram sua capacidade de "compartilhar os sentimentos do outro", buscando entender a dor alheia em vez de apenas julgar a ofensa. Isso é um exemplo direto de empatia, um dos pilares de seu livro e de sua postura.

E) representa o reconhecimento internacional por uma profissão quase extinta.

INCORRETA. A profissão de gari não é "quase extinta". O texto a descreve como "uma das profissões mais desvalorizadas do Brasil", o que indica que existe. O convite para Harvard é um reconhecimento pelo seu livro e sua história, não pela profissão de gari em si como algo "quase extinto".

GABARITO D

A) Os indígenas mexicanos permitiram que seus rituais fossem adaptados aos ritos católicos, enquanto os indígenas brasileiros não aceitaram isso.

INCORRETA. O texto diz que os indígenas mexicanos "conseguiram fazer com que os jesuítas europeus assimilassem mais sua cultura, ainda que tenha sido por meio de adaptações dos ritos indígenas aos católicos". Isso implica uma ação dos indígenas mexicanos e uma assimilação pelos jesuítas. No caso brasileiro, o texto afirma que "os indígenas no Brasil assimilaram mais a cultura católica europeia". Não é que os brasileiros "não aceitaram" a adaptação, mas que o processo foi o oposto: eles assimilaram mais a cultura católica europeia, e não o contrário.

B) No México, houve o desejo de que a Festa dos Mortos se tornasse algo mundialmente conhecido, enquanto no Brasil isso não ocorreu.

INCORRETA. O texto menciona que a celebração mexicana foi reconhecida pela Unesco, o que a torna mundialmente conhecida, mas não afirma que houve um "desejo" prévio de que isso ocorresse. O reconhecimento é uma consequência do "valor histórico, cultural e artístico" da celebração, não uma motivação para sua forma original. A pesquisadora foca na integração cultural, não em objetivos de fama.

C) A incorporação da cultura local pelos europeus foi decisiva no México para que o Dia dos Mortos lá fosse diferente de Finados no Brasil.

CORRETA. A pesquisadora Júlia afirma que os indígenas mexicanos "conseguiram fazer com que os jesuítas europeus assimilassem mais sua cultura, ainda que tenha sido por meio de adaptações dos ritos indígenas aos católicos". Essa "assimilação" ou "incorporação da cultura local pelos europeus" (representados pelos jesuítas) é explicitamente apresentada como a razão pela qual a celebração mexicana se diferencia da brasileira, onde a supressão indígena foi mais radical e os indígenas assimilaram mais a cultura católica europeia.

D) No Brasil, as tradições indígenas acabaram sendo esquecidas por não ter sido feito um registro escrito delas.

INCORRETA. O texto atribui a pouca força da tradição indígena no Brasil à "supressão da cultura indígena" e ao fato de os indígenas brasileiros terem "assimilado mais a cultura católica europeia". Não há menção a "registro escrito" como causa do esquecimento das tradições indígenas.

E) Os religiosos que chegaram ao Brasil, diferentemente dos que chegaram ao México, estavam mais abertos às tradições que antes desconheciam.

INCORRETA. O texto sugere o oposto: os jesuítas no México é que assimilaram mais a cultura indígena local, indicando uma maior abertura, ou uma capacidade de adaptação, da parte deles em relação à cultura local. No Brasil, o processo foi de assimilação dos indígenas à cultura católica europeia, o que não implica que os religiosos brasileiros fossem mais abertos.

GABARITO C

A) os mexicanos são mais apegados às tradições nativas e rejeitam preceitos católicos.

INCORRETA. O texto afirma que a cultura indígena foi "mais integrada à população não indígena no México" e que os indígenas mexicanos "conseguiram fazer com que os jesuítas europeus assimilassem mais sua cultura, ainda que tenha sido por meio de adaptações dos ritos indígenas aos católicos". Isso indica uma adaptação e sincretismo, não uma rejeição dos preceitos católicos. A pesquisadora inclusive menciona que o México é um país onde a maioria se declara católica.

B) o uso de símbolos para celebrar os mortos no Brasil e no México é igualmente extenso.

INCORRETA. O texto explicitamente compara a "pouca força do evento no Brasil" com o que "acontece nas ruas do México", descrevendo altares coloridos, oferendas, desfiles e concursos de fantasias no México, em contraste com missas, ritos cristãos e idas ao cemitério no Brasil. A grandiosidade e os símbolos no México são muito maiores e mais diversos do que no Brasil, ou seja, não são igualmente extensos.

C) a celebração de Finados na Guatemala é reconhecida pela Unesco por sua importância.

INCORRETA. O texto afirma que a celebração mexicana foi "reconhecida como Patrimônio Oral e Intangível da Humanidade pela Unesco em 2003". Menciona que a Guatemala "também apresenta ritos parecidos, mas que não se comparam à grandiosidade da celebração mexicana". Não há informação de reconhecimento da celebração guatemalteca pela Unesco.

D) a América do Norte é mais apegada às tradições indígenas que a América do Sul.

INCORRETA. O texto compara especificamente o México (América do Norte) e o Brasil (América do Sul). Embora o México mostre mais apego às tradições indígenas nessa celebração, a conclusão não pode ser generalizada para toda a "América do Norte" versus toda a "América do Sul" com base apenas nesses dois exemplos e no escopo limitado da celebração de Finados.

E) o modo de celebrar o Dia dos Mortos no México pode variar segundo a localização.

CORRETA. Ao descrever as celebrações mexicanas, o texto afirma que "Os mexicanos confeccionam altares coloridos, nos quais oferecem alimentos, flores, velas, entre outros artigos, dependendo da região". Esta frase explicitamente indica uma variação no modo de celebrar de acordo com a localização geográfica dentro do México.

GABARITO E