Questões Comentadas

Análise da questão: Preposições e Crase

A questão exige o preenchimento correto das lacunas com as preposições ou crases adequadas. Vamos analisar cada uma das lacunas individualmente para entender o porquê de cada resposta.

Primeira Lacuna: "Habituar-se ___ lavar"

O verbo "habituar-se" é um verbo transitivo indireto e exige a preposição "a".

A estrutura é "habituar-se a algo" ou "habituar-se a fazer algo". Como "lavar" é um verbo no infinitivo, não ocorre crase.

• Exemplo: Ele se habituou a acordar cedo.

Portanto, a primeira lacuna deve ser preenchida com "a".

Segunda Lacuna: "adaptar-se ___ boa alimentação"

O verbo "adaptar-se" também é um verbo transitivo indireto e exige a preposição "a".

A estrutura é "adaptar-se a algo". A palavra "alimentação" é um substantivo feminino que admite o artigo "a". Quando a preposição "a" encontra o artigo feminino "a", ocorre a crase.

• Exemplo: Ele se adaptou à nova rotina.

Portanto, a segunda lacuna deve ser preenchida com "à".

Terceira Lacuna: "disseminar ___ importância"

O verbo "disseminar" é um verbo transitivo direto. Isso significa que ele não exige uma preposição para ligar-se ao seu complemento. O que vem depois de "disseminar" é o objeto direto. A palavra "importância" é um substantivo feminino que admite o artigo "a".

• Exemplo: Eles disseminaram a notícia.

Portanto, a terceira lacuna deve ser preenchida com "a".

GABARITO B

A) o hábito de lavar as mãos é contemporâneo em relação a outras práticas de cuidados com a saúde desenvolvidas pelas pesquisas científicas.

INCORRETA. A tirinha não faz uma comparação temporal sobre a contemporaneidade das práticas. Ela apenas lista diferentes práticas importantes para a saúde. Lavar as mãos é um hábito antigo e fundamental, e não é apresentado como algo novo em relação às pesquisas científicas.

B) nos cuidados com a saúde, defender o SUS e a pesquisa científica feita nas universidades públicas é tão crucial quanto criar o hábito de lavar as mãos.

CORRETA. A estrutura da tirinha, especialmente a sequência e o uso do "E" na última fala, estabelece uma equivalência de importância entre as ações citadas. Lavar as mãos, comer bem e descansar são cuidados individuais, enquanto defender o SUS e a pesquisa pública são ações coletivas que impactam a saúde de forma mais ampla. A tirinha os coloca no mesmo plano de relevância para a saúde.

C) comer bem e descansar, além de criar o hábito de lavar as mãos, são práticas dispensáveis em relação aos cuidados com a saúde.

INCORRETA. A tirinha apresenta essas práticas como importantes para "não baixar a imunidade" e como hábitos a serem criados, o que as torna essenciais e não dispensáveis. A alternativa contradiz diretamente o sentido das duas primeiras cenas.

D) defender o SUS e a pesquisa científica das universidades públicas refuta bons hábitos de higiene e cuidados com a saúde.

INCORRETA. Não há qualquer indicação na tirinha de que uma ação refuta a outra. Pelo contrário, a tirinha sugere que todas as ações são complementares e igualmente importantes para a saúde, formando um conjunto de boas práticas.

E) a queda na imunidade está diretamente relacionada às pesquisas desenvolvidas nas universidades públicas.

INCORRETA. A queda na imunidade é relacionada a "não comer bem e descansar", conforme a segunda cena. A pesquisa da universidade pública é apresentada como algo a ser defendido, assim como o SUS, mas não como causa direta ou consequência da imunidade baixa. São elementos distintos na cadeia de importância para a saúde.

GABARITO B

A) Transferir verbas aos hospitais conveniados não basta para o equilíbrio financeiro das instituições.

CORRETA.

• Verbo "transferir": Quem transfere, transfere algo (verbas) a alguém/algo (aos hospitais). A regência "transferir verbas aos hospitais" está correta.
• Verbo "bastar": Quem basta, basta para algo ou a algo. "Não basta para o equilíbrio" está correto.

B) O sucesso no atendimento acarreta em problemas financeiros aos hospitais filantrópicos.

INCORRETA.

• Verbo "acarretar": É transitivo direto e indireto, ou apenas direto. No sentido de "causar, provocar, gerar", a regência é "acarretar algo (problemas) a alguém/algo (aos hospitais)". O uso da preposição "em" ("acarreta em problemas") é considerado um desvio da norma-padrão. O correto seria "acarreta problemas financeiros aos hospitais".

C) O Estado deveria arrecadar os impostos voltados em hospitais conveniados.

INCORRETA.

• Verbo "voltar" (no sentido de direcionar/destinar): Quem volta/direciona algo, volta/direciona para ou a algum lugar/finalidade. O uso da preposição "em" ("voltados em hospitais") é inadequado. O correto seria "voltados para hospitais" ou "voltados a hospitais".

D) Certificar-se pela prestação de serviços de qualidade em hospitais é dever do Estado.

INCORRETA.

• Verbo "certificar-se": Quem se certifica, se certifica de algo ou sobre algo. O uso da preposição "pela" ("certificar-se pela prestação") é inadequado. O correto seria "certificar-se da prestação" ou "certificar-se sobre a prestação".

E) Os hospitais filantrópicos e as Santa Casas dispõem para quase metade dos leitos do SUS.

INCORRETA.

• Verbo "dispor": No sentido de "ter à disposição", "possuir", a regência é "dispor de algo". O uso da preposição "para" ("dispõem para quase metade") é incorreto. O correto seria "dispõem de quase metade dos leitos".

GABARITO A

A) Se não recompor as perdas financeiras de anos, ao menos o aumento da Tabela de repasses as contêm.

INCORRETA.

• "Se não recompor": O verbo "recompor" no futuro do subjuntivo (que é o que a estrutura "Se não [verbo]" exige para expressar condição futura) é "recompuser" (assim como "se ele compuser"). "Recompor" é infinitivo.
• "as contêm": O sujeito de "contêm" é "o aumento da Tabela de repasses" (singular). O verbo deveria estar no singular: "contém".

B) Se não recomporem as perdas financeiras de anos, ao menos o aumento da Tabela de repasses as conterão.

INCORRETA.

• "Se não recomporem": "Recomporem" seria a terceira pessoa do plural do futuro do subjuntivo, concordando com um sujeito plural (eles). A frase não especifica o sujeito. Se for "o aumento", é singular. Se for "as Santas Casas", seria plural. O texto original é impessoal ("Não é suficiente para recompor"), então um sujeito genérico ou singular é mais provável para o "recompor".
• "as conterão": O sujeito de "conterão" é "o aumento da Tabela de repasses" (singular). O verbo deveria estar no singular: "conterá".

C) Se não recompuser as perdas financeiras de anos, ao menos o aumento da Tabela de repasses as conterá.

CORRETA.

• "Se não recompuser": "Recompuser" é a 3ª pessoa do singular do futuro do subjuntivo do verbo "recompor", que concorda com um sujeito subentendido singular (como "o aumento" ou uma ideia geral). Gramaticalmente correto para a condição.
• "as conterá": O sujeito é "o aumento da Tabela de repasses" (singular). "Conterá" é a 3ª pessoa do singular do futuro do presente do indicativo, concordando corretamente com o sujeito.

D) Se não recompuserem as perdas financeiras de anos, ao menos o aumento da Tabela de repasses as contêm.

INCORRETA.

• "Se não recompuserem": Futuro do subjuntivo plural, o que poderia ser aceitável se o sujeito subentendido fosse plural.
• "as contêm": O sujeito é "o aumento da Tabela de repasses" (singular). O verbo deveria ser "contém".

E) Se não recompuseram as perdas financeiras de anos, ao menos o aumento da Tabela de repasses as continham.

INCORRETA.

• "Se não recompuseram": "Recompuseram" é pretérito perfeito do indicativo. Não se usa pretérito perfeito do indicativo após "se" para expressar condição futura. O correto seria o futuro do subjuntivo.
• "as continham": "Continuam" é pretérito imperfeito do indicativo, que não se alinha com a temporalidade futura da condição estabelecida pelo "se".

GABARITO C

Trecho Original: "... o sistema está ruindo aos poucos, e a continuar assim o colapso pode ser súbito e brutal." (4º parágrafo)

Análise da estrutura original:

• "o sistema está ruindo aos poucos" - uma constatação de um processo gradual.
• "e a continuar assim" - uma condição para o que virá em seguida. "A continuar assim" é equivalente a "se continuar assim".
• "o colapso pode ser súbito e brutal" - a consequência possível, expressa com modalização de possibilidade ("pode ser").

A) … o sistema está ruindo aos poucos, mas o colapso pode ser súbito e brutal, caso continue assim.

CORRETA.

• A conjunção "e" no original pode ter um valor aditivo-consequencial. O "mas" introduz uma ideia de contraste ou ressalva: o ruir é lento, mas o colapso (que é uma forma de ruína) pode ser rápido. Essa é uma interpretação possível e comum.
• "caso continue assim" é uma reescrita perfeita para "a continuar assim" (ambas expressam condição).
• Dentre as opções, a alternativa A é a que melhor mantém o sentido original, interpretando o "e" como um elemento que introduz uma ressalva ou uma consequência com um toque de contraste (lento vs. súbito), e mantendo a condição de forma explícita.

B) … o sistema está ruindo aos poucos, porque o colapso pode ser súbito e brutal, para continuar assim.

INCORRETA.

• "porque o colapso pode ser súbito e brutal" - "porque" introduz uma causa, o que altera o sentido. O colapso não é a causa do ruir, mas uma possível consequência.
• "para continuar assim" - expressa finalidade, o que também altera o sentido. A frase original expressa uma condição.

C) … o sistema está ruindo aos poucos, porém o colapso pode ser súbito e brutal, apesar de continuar assim.

INCORRETA.

• "porém" introduz uma adversidade, similar ao "mas" da alternativa A, alterando a relação de adição/condição do original.
• "apesar de continuar assim" - introduz uma concessão ("mesmo que continue assim"), que é o oposto da condição que leva ao colapso. O sentido original é que o colapso acontecerá se continuar assim, não apesar de continuar.

D) … o sistema está ruindo aos poucos, logo o colapso possa ser súbito e brutal, ainda que continue assim.

INCORRETA.

• "logo" introduz uma conclusão, o que é razoável para a relação entre o ruir e o colapso.
• "possa ser" - mantém a modalização de possibilidade ("pode ser").
• "ainda que continue assim" - introduz uma concessão, o que altera fundamentalmente a relação de causa/condição do original.

E) … o sistema está ruindo aos poucos, então o colapso pode ser súbito e brutal, de modo que continue assim.

INCORRETA.

• "então" introduz uma consequência, o que está de acordo com a relação lógica do original (ruir gradualmente, então pode haver colapso súbito se continuar).
• "pode ser" - mantém a modalização de possibilidade.
• "de modo que continue assim" - introduz finalidade ou consequência, mas não expressa a condição do original ("a continuar assim"). A ideia da frase original é "se continuar dessa forma".

GABARITO A

O § 3º está assim:

"Em teoria, o SUS seria um exemplo de cooperação entre o público e o privado para outros serviços públicos do País e para sistemas de saúde de todo o mundo: o Estado recolhe o dinheiro do contribuinte e o repassa a entidades sem fins lucrativos com o alcance e a expertise que ele não tem, garantindo a prestação de serviços de qualidade a todos os cidadãos. Mas como, na prática, os repasses não cobrem os serviços, os hospitais são obrigados a pagá-los."

O pronome "los" (presente em "pagá-los") é um pronome oblíquo átono que funciona como objeto direto do verbo "pagar". Para saber o que ele retoma, precisamos perguntar: pagar o quê?

A frase anterior, que explica a razão do pagamento, é "os repasses não cobrem os serviços". Se os repasses não cobrem os serviços, os hospitais precisam pagar pelos serviços.

A) fins lucrativos.

INCORRETA.

• Não há relação lógica. Os hospitais são "sem fins lucrativos" e não pagam "fins lucrativos".

B) cidadãos.

INCORRETA.

• Os hospitais prestam serviços aos cidadãos, mas não pagam os cidadãos nesse contexto.

C) repasses.

INCORRETA.

• Os repasses são o dinheiro que o Estado dá aos hospitais. Se os repasses não cobrem os serviços, os hospitais pagam a diferença pelos serviços, e não os repasses.

D) serviços.

CORRETA.

• A lógica do texto é que os repasses são insuficientes para cobrir o custo dos serviços prestados pelos hospitais. Portanto, os hospitais são obrigados a pagar pelos serviços que prestaram e que não foram totalmente cobertos pelos repasses.

E) hospitais.

INCORRETA.

• Os hospitais é que estão pagando, não sendo pagos. O pronome não pode retomar o próprio sujeito.

GABARITO D

A) A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, anunciou, a venda de sete imóveis… (1º parágrafo)

INCORRETA.

• O trecho original é "A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo anunciou a venda de sete imóveis…".
• A vírgula após "São Paulo" separa o sujeito ("A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo") do verbo ("anunciou"). A vírgula após "anunciou" separa o verbo transitivo direto de seu objeto direto ("a venda de sete imóveis"). Ambas as vírgulas são gramaticalmente incorretas.

B) … e os hospitais filantrópicos respondem por quase, metade, dos leitos do SUS. (2º parágrafo)

INCORRETA.

• O trecho original é "… e os hospitais filantrópicos respondem por quase metade dos leitos do SUS."
• As vírgulas após "quase" e "metade" estão separando termos que formam uma expressão de quantidade ("quase metade") e o complemento preposicionado ("dos leitos do SUS"). Isso quebra a fluidez e a correção sintática da frase.

C) … o Estado recolhe, o dinheiro, do contribuinte e o repassa a entidades sem fins lucrativos… (3º parágrafo)

INCORRETA.

• O trecho original é "... o Estado recolhe o dinheiro do contribuinte e o repassa a entidades sem fins lucrativos…".
• As vírgulas após "recolhe" e "o dinheiro" separam o verbo transitivo direto ("recolhe") de seu objeto direto ("o dinheiro"). Essa separação é gramaticalmente incorreta.

D) Há décadas, os valores, de repasse da Tabela do SUS estão defasados. (4º parágrafo)

INCORRETA.

• O trecho original é "Há décadas os valores de repasse da Tabela do SUS estão defasados."
• A primeira vírgula, após "Há décadas", é opcional e serve para isolar um adjunto adverbial de tempo deslocado de longa extensão ou que se queira dar ênfase. A segunda vírgula, após "os valores", separa o sujeito ("os valores de repasse da Tabela do SUS") do seu predicado ("estão defasados"). Essa vírgula é gramaticalmente incorreta.

E) No início de 2024, finalmente, foi sancionada uma lei federal… (5º parágrafo)

CORRETA.

• O trecho original é "No início de 2024 finalmente foi sancionada uma lei federal…".
• A expressão "No início de 2024" é um adjunto adverbial de tempo deslocado, e pode ser isolada por vírgula (a primeira vírgula).
• O advérbio "finalmente" também é um adjunto adverbial deslocado. Quando um advérbio ou locução adverbial é de curta extensão, a vírgula é opcional. Quando é de média ou longa extensão, é preferível usá-la. No caso de "finalmente", estando entre o adjunto adverbial de tempo e o restante da oração, as vírgulas o isolam corretamente como um adjunto adverbial deslocado, enfatizando-o.

GABARITO E

1) Sentido Próprio (Denotativo)

• Definição: É o sentido real, literal, objetivo e original da palavra. É o significado mais comum e conhecido, aquele que encontramos no dicionário como primeira acepção. O sentido denotativo não depende do contexto para ser compreendido em sua essência.
• Característica Principal: A palavra é usada em seu significado básico, sem conotações adicionais ou interpretações subjetivas.
• Exemplos:
  • "O leão é um animal mamífero da família dos felídeos." (Leão como o animal real)
  • "O sol é uma estrela." (Estrela como astro celeste)
  • "As raízes da árvore são fortes." (Raízes como parte da planta)
  • "Ele quebrou o coração." (Coração como órgão do corpo)
  • "Aquele balão está cheio de ar." (Cheio como oposição a vazio)

2) Sentido Figurado (Conotativo)

• Definição: É o sentido subjetivo, simbólico, expressivo e ampliado da palavra. A palavra é usada para criar imagens, expressar emoções, fazer comparações ou dar um novo significado que vai além do seu sentido literal. Depende muito do contexto em que é empregada para ser compreendido.
• Característica Principal: A palavra adquire um novo significado por associação, comparação ou analogia, tornando a linguagem mais rica, poética e expressiva. É o que acontece nas figuras de linguagem (metáfora, metonímia, hipérbole, etc.).
• Exemplos (usando os mesmos termos dos exemplos denotativos):
  • "O diretor da empresa é um leão em suas decisões." (Leão no sentido de ser forte, corajoso, imponente – uma metáfora)
  • "Você é a estrela da minha vida." (Estrela no sentido de ser o foco, o brilho, a pessoa mais importante – uma metáfora)
  • "Ele esqueceu suas raízes ao se mudar para a cidade grande." (Raízes no sentido de origens, família, cultura – uma metonímia/metáfora)
  • "Aquela notícia partiu meu coração." (Coração no sentido de sentimentos, emoções, dor – uma metonímia)
  • "João está cheio de problemas." (Cheio no sentido de ter muitos problemas, sobrecarregado – uma hipérbole)

Vamos analisar as alternativas:

A) Trata-se de um paliativo que não estancará o sangramento sofrido… (1º parágrafo)

• Paliativo: Algo que alivia temporariamente, mas não cura a causa. No contexto de dívidas e problemas financeiros de uma instituição, "paliativo" é usado em seu sentido figurado, significando uma solução temporária para um problema complexo. Em sentido próprio, seria um medicamento ou tratamento que alivia sintomas.
• SENTIDO FIGURADO.

B) Há décadas os valores de repasse da Tabela do SUS estão defasados. (4º parágrafo)

• Décadas: Período de dez anos. Aqui, "há décadas" indica um longo período de tempo, de fato, múltiplos períodos de dez anos. O uso é literal, referindo-se a uma medida de tempo.
• SENTIDO PRÓPRIO.

C) Muitos não resistiram à pressão. (4º parágrafo)

• Pressão: No contexto de instituições financeiramente sufocadas, "pressão" refere-se a uma situação de dificuldade, estresse ou exigência intensa. Não é a pressão física (força exercida por unidade de área).
• SENTIDO FIGURADO.

D) … a continuar assim o colapso pode ser súbito… (4º parágrafo)

• Colapso: No contexto de um sistema de saúde "ruindo aos poucos", "colapso" refere-se a um desmoronamento, uma ruína completa, uma falência do sistema. Em sentido próprio, colapso pode ser físico (colapso de um prédio) ou biológico (colapso de um órgão/corpo). Aqui é usado metaforicamente para o sistema.
• SENTIDO FIGURADO.

E) … para recompor as perdas de anos de hemorragia financeira... (5º parágrafo)

• Hemorragia: Em sentido próprio, é o extravasamento de sangue dos vasos sanguíneos. No contexto de finanças, "hemorragia financeira" é uma metáfora para a perda constante e descontrolada de dinheiro.
• SENTIDO FIGURADO.

GABARITO B

Incúria:

• Significa falta de cuidado, desleixo, negligência, desatenção, omissão. No contexto de "incúria do poder público", refere-se à falta de cuidado ou negligência do poder público em relação ao financiamento da saúde.

Oportunismo:

• Refere-se à atitude de aproveitar as circunstâncias ou oportunidades para obter vantagem própria, sem considerar princípios ou consequências éticas. No contexto de "oportunismo de seus agentes", indica que os agentes do poder público estão agindo de forma a se beneficiar das situações, em vez de focar no bem-estar público.

A) comoção; subordinação das decisões às necessidades alheias.

INCORRETA.

• "Comoção" (sentimento intenso de perturbação) não é sinônimo de "incúria".
• "Subordinação das decisões às necessidades alheias" não é sinônimo de "oportunismo".

B) indiferença; distanciamento das próprias responsabilidades.

INCORRETA.

• "Indiferença" é um sinônimo parcial de "incúria" (falta de interesse).
• "Distanciamento das próprias responsabilidades" é uma consequência da incúria, mas não um sinônimo direto de "oportunismo". Oportunismo é mais sobre tirar vantagem.

C) negligência; comportamento pautado pelas circunstâncias.

CORRETA.

• "Negligência" é um sinônimo direto e preciso de "incúria" (desleixo, falta de cuidado).
• "Comportamento pautado pelas circunstâncias" é uma boa definição para "oportunismo", que é agir conforme a oportunidade para benefício próprio, tirando proveito da situação.

D) impulsividade; reação irracional aos problemas cotidianos.

INCORRETA.

• "Impulsividade" (agir sem pensar) não é sinônimo de "incúria" (desleixo, omissão).
• "Reação irracional aos problemas cotidianos" não define "oportunismo".

E) entusiasmo; imposição energética frente às dificuldades.

INCORRETA.

• "Entusiasmo" é o oposto de "incúria".
• "Imposição energética frente às dificuldades" não se relaciona com "oportunismo".

GABARITO C

A) com a venda de sete imóveis no centro de São Paulo, a Santa Casa conseguirá saldar as dívidas de sua rede de hospitais filantrópicos.

INCORRETA. O texto afirma que o objetivo da venda dos imóveis é arrecadar R$ 200 milhões para "quitar parte dos R$ 650 milhões em dívidas da instituição". Claramente, R$ 200 milhões não saldam R$ 650 milhões, indicando que a venda não cobrirá a totalidade da dívida, muito menos as dívidas de toda a rede de hospitais filantrópicos. O texto também descreve a venda como um "paliativo que não estancará o sangramento".

B) aproximadamente 900 cidades do país não podem contar com o SUS, e sua população depende exclusivamente de hospitais privados e caros.

INCORRETA. O texto diz: "Em quase 900 municípios, essas entidades [Santas Casas e hospitais filantrópicos] são o único serviço de saúde." O SUS é fundamentalmente um serviço público prestado por entes privados, como as Santas Casas e hospitais filantrópicos, que respondem por quase metade dos leitos do SUS. Portanto, esses 900 municípios contam com o SUS, mas o serviço é provido por essas entidades filantrópicas, não por hospitais privados e caros que não fazem parte do sistema.

C) o SUS tem contribuído para a melhora da saúde da população, uma vez que, em 2023, apenas 27% das internações do país foram de alta complexidade.

INCORRETA. O texto não afirma que o SUS tem contribuído para a melhora da saúde da população com base no percentual de internações de alta complexidade. Na verdade, ele aponta que "a rede pública foi responsável por apenas 27% das internações de alta complexidade do País, enquanto os hospitais filantrópicos responderam por 61%". Isso demonstra a grande dependência do SUS em relação aos hospitais filantrópicos para esse tipo de atendimento, e não uma contribuição direta do SUS para a melhora da saúde com base nesse dado. O texto foca nos desafios e subfinanciamento do SUS e seus parceiros.

D) os hospitais filantrópicos acabam se prejudicando financeiramente por causa do atendimento que realizam pelo SUS.

CORRETA. O texto afirma explicitamente que "Mas como, na prática, os repasses [do SUS] não cobrem os serviços, os hospitais são obrigados a pagá-los" e que "Há décadas os valores de repasse da Tabela do SUS estão defasados. Hoje, os repasses não cobrem mais que 50% do custo dos procedimentos". Isso leva ao "subfinanciamento crônico" e à "hemorragia financeira" das Santas Casas e hospitais filantrópicos, evidenciando o prejuízo financeiro direto decorrente do atendimento prestado ao SUS.

E) os valores da Tabela do SUS levaram décadas para serem atualizados e, a partir de 2025, devem resolver a situação das Santas Casas.

INCORRETA. O texto informa que "Há décadas os valores de repasse da Tabela do SUS estão defasados" e que "no início de 2024 finalmente foi sancionada uma lei federal estabelecendo a revisão periódica da tabela". No entanto, a proposta da CMB é que, a partir de 2025, o reajuste corresponda "no mínimo, ao valor da inflação médica", e o texto ressalta: "Não é suficiente para recompor as perdas de anos de hemorragia financeira, mas ao menos a estancaria." Portanto, a atualização não resolverá a situação, apenas impedirá que ela piore.

GABARITO D