SE11575 - (Soldado da PM/SP. 2024. Vunesp) Leia o texto para responder às questões de números 04 a 11.
O chá, os fantasmas, os ventos encanados
Nasci no tempo dos ventos encanados, quando, para evitar compromissos, a gente dizia estar com enxaqueca, palavra horrível mas desculpa distinta. Ter enxaqueca não era para todos, mas só para essas senhoras que tomavam chá com o dedo mindinho espichado. Quando eu via aquilo, ficava a pensar sozinho comigo (menino, naquele tempo, não dava opinião) por que é que elas não usavam, para cúmulo da elegância, um laçarote azul no dedo...
Também se falava misteriosamente em “moléstias de senhoras” nos anúncios farmacêuticos que eu lia. Era decerto uma coisa privativa das senhoras, como as enxaquecas, pois as criadas, essas, não tinham tempo para isso. Mas, em compensação, me assustavam deliciosamente com histórias de assombração. Nunca me apareceu nenhuma.
Pelo visto, era isso: nunca consegui comunicar-me com este nem com o outro mundo. A não ser através d’O tico-tico e da poesia de Camões, do qual até hoje me assombra este verso único: “Que o menor mal de tudo seja a morte!”
Pois a verdadeira poesia sempre foi um meio de comunicação com este e com o outro mundo.
(Mario Quintana. Da preguiça como método de trabalho, 2013. Adaptado)
Para o narrador, a verdadeira poesia permite-lhe
SE11574 - (Soldado da PM/SP. 2024. Vunesp) Leia o texto para responder às questões de números 04 a 11.
O chá, os fantasmas, os ventos encanados
Nasci no tempo dos ventos encanados, quando, para evitar compromissos, a gente dizia estar com enxaqueca, palavra horrível mas desculpa distinta. Ter enxaqueca não era para todos, mas só para essas senhoras que tomavam chá com o dedo mindinho espichado. Quando eu via aquilo, ficava a pensar sozinho comigo (menino, naquele tempo, não dava opinião) por que é que elas não usavam, para cúmulo da elegância, um laçarote azul no dedo...
Também se falava misteriosamente em “moléstias de senhoras” nos anúncios farmacêuticos que eu lia. Era decerto uma coisa privativa das senhoras, como as enxaquecas, pois as criadas, essas, não tinham tempo para isso. Mas, em compensação, me assustavam deliciosamente com histórias de assombração. Nunca me apareceu nenhuma.
Pelo visto, era isso: nunca consegui comunicar-me com este nem com o outro mundo. A não ser através d’O tico-tico e da poesia de Camões, do qual até hoje me assombra este verso único: “Que o menor mal de tudo seja a morte!”
Pois a verdadeira poesia sempre foi um meio de comunicação com este e com o outro mundo.
(Mario Quintana. Da preguiça como método de trabalho, 2013. Adaptado)
De acordo com o texto, quando se dizia estar com enxaqueca, a intenção das pessoas era
SE11573 - (Soldado da PM/SP. 2024. Vunesp) Leia a tira para responder às questões de números 01 a 03.

(Fernando Gonsales, “Níquel Náusea”. Folha de S.Paulo, 25.01.2024)
Mantendo-se o sentido da tira, as duas falas do personagem, no primeiro quadro, estão corretamente reescritas em:
SE11572 - (Soldado da PM/SP. 2024. Vunesp) Leia a tira para responder às questões de números 01 a 03.

(Fernando Gonsales, “Níquel Náusea”. Folha de S.Paulo, 25.01.2024)
No contexto, a frase – Temos que sacrificar! – admite a seguinte reescrita, de acordo com a norma-padrão:
SE11571 - (Soldado da PM/SP. 2024. Vunesp) Leia a tira para responder às questões de números 01 a 03.

(Fernando Gonsales, “Níquel Náusea”. Folha de S.Paulo, 25.01.2024)
Segundo o efeito de humor pretendido, o personagem exclama “Que exagero!” porque
SE11570 - (Agente de Trânsito. 2024. Vunesp) O acento indicativo de crase foi corretamente empregado em:
SE11569 - (Agente de Trânsito. 2024. Vunesp) No Brasil, o aumento de turistas em períodos de férias engarrafamentos, blecautes, falta ou encarecimento de insumos e poluição. Porto de Galinhas (PE), Pipa (RN) e outras cidades do litoral paulista, como Santos, Praia Grande e Ilhabela também sofrem.
“A infraestrutura desses lugares não foi projetada para suportar a quantidade de pessoas que ”, diz Lúcia Silveira Santos, doutoranda em Turismo.
Em 2022, mais de 3,6 milhões de turistas internacionais que visitaram o Brasil. A Ilha de Fernando de Noronha (PE), um dos destinos mais procurados, restringiu o número de visitantes: são no máximo 132 mil por ano e 11 mil por mês. Também em Pernambuco, o número de passageiros para Porto de Galinhas um aumento de 19% em relação a 2022.
(Julia Estanislau. Cidades sofrem com o “overtourism” e turistas enfrentam retaliação de residentes e governos locais. https://jornal.usp.br, 22.09.2023. Adaptado)
Quanto à concordância, as lacunas do texto são, correta e respectivamente, completadas por:
SE11568 - (Agente de Trânsito. 2024. Vunesp) Assinale a alternativa em que a frase está redigida em conformidade com a norma-padrão de emprego e colocação pronominal.
SE11567 - (Agente de Trânsito. 2024. Vunesp) Leia o texto para responder às questões de números 03 a 07.
Tenho lido matérias que defendem a ideia de que viajar não é tão fundamental e que os turistas deveriam parar com tanta andança sem sentido. Alguns italianos concordam. “Não venham mais!”, têm gritado das janelas os nativos que ainda moram em Veneza, cidade que recentemente foi considerada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) um patrimônio em risco. Não demorará para Veneza ser ocupada só por visitantes, e aí não será mais uma cidade, e sim uma Disney para adultos, uma cenografia.
Ainda que eu concorde que alguns lugares precisam controlar a entrada de tanta gente, como faz Fernando de Noronha, jamais defenderei que viajar é uma banalidade dispensável. Sei que é possível ser muito feliz sem jamais colocar os pés em um aeroporto — não eu.
Por que viajar precisa ser um estado de exceção? Passamos grande parte da vida morando no mesmo endereço, com alguns intervalos de fuga. Imagine o inverso: viajar constantemente, com alguns intervalos de permanência. Eu sei, o ser humano precisa manter vínculos emocionais e ter um emprego a fim de ganhar dinheiro para sobreviver; não é prudente se aventurar (palavrinha tentadora, aventura: injustamente associada a algo temporário).
Não consigo chamar de aventureiro aquele que se dedica a conhecer o planeta em sua vasta representação, em vez de comprar uma geladeira, um fogão e formar família. Como eu fiz, e você, provavelmente, também. Não nos arrependemos, mas, no fundo, sabemos que estamos cumprindo ordens. A sociedade costuma ser intransigente com os nômades.
Não fomos educados para as possibilidades de conexão com etnias variadas, para uma expansão geográfica que nos transforme de fato em cidadãos do mundo. A segurança nos atrai na mesma medida que a liberdade nos assusta. Compensamos nosso comodismo com livros que são mais baratos que passagens aéreas. E, quando dá, fazemos turismo. Cada viagem de 10 dias ou de um mês é um jeito de colocar a cabeça para fora da gaiola. Depois, voltamos para casa ainda mais comprometidos com nossas raízes: condicionados ou não, optamos pelo amor romântico, pela criação de filhos, pelos cuidados com os pais. De tempos em tempos, confirmar que existe muito mais do que isso é nosso ato de bravura. Mas aventura mesmo é ficar.
(Martha Medeiros. Pouso e decolagem. https://oglobo.globo.com, 05.11.2023. Adaptado)
Assinale a alternativa em que o acréscimo de uma vírgula ao trecho do texto mantém a correção gramatical.
SE11566 - (Agente de Trânsito. 2024. Vunesp) Leia o texto para responder às questões de números 03 a 07.
Tenho lido matérias que defendem a ideia de que viajar não é tão fundamental e que os turistas deveriam parar com tanta andança sem sentido. Alguns italianos concordam. “Não venham mais!”, têm gritado das janelas os nativos que ainda moram em Veneza, cidade que recentemente foi considerada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) um patrimônio em risco. Não demorará para Veneza ser ocupada só por visitantes, e aí não será mais uma cidade, e sim uma Disney para adultos, uma cenografia.
Ainda que eu concorde que alguns lugares precisam controlar a entrada de tanta gente, como faz Fernando de Noronha, jamais defenderei que viajar é uma banalidade dispensável. Sei que é possível ser muito feliz sem jamais colocar os pés em um aeroporto — não eu.
Por que viajar precisa ser um estado de exceção? Passamos grande parte da vida morando no mesmo endereço, com alguns intervalos de fuga. Imagine o inverso: viajar constantemente, com alguns intervalos de permanência. Eu sei, o ser humano precisa manter vínculos emocionais e ter um emprego a fim de ganhar dinheiro para sobreviver; não é prudente se aventurar (palavrinha tentadora, aventura: injustamente associada a algo temporário).
Não consigo chamar de aventureiro aquele que se dedica a conhecer o planeta em sua vasta representação, em vez de comprar uma geladeira, um fogão e formar família. Como eu fiz, e você, provavelmente, também. Não nos arrependemos, mas, no fundo, sabemos que estamos cumprindo ordens. A sociedade costuma ser intransigente com os nômades.
Não fomos educados para as possibilidades de conexão com etnias variadas, para uma expansão geográfica que nos transforme de fato em cidadãos do mundo. A segurança nos atrai na mesma medida que a liberdade nos assusta. Compensamos nosso comodismo com livros que são mais baratos que passagens aéreas. E, quando dá, fazemos turismo. Cada viagem de 10 dias ou de um mês é um jeito de colocar a cabeça para fora da gaiola. Depois, voltamos para casa ainda mais comprometidos com nossas raízes: condicionados ou não, optamos pelo amor romântico, pela criação de filhos, pelos cuidados com os pais. De tempos em tempos, confirmar que existe muito mais do que isso é nosso ato de bravura. Mas aventura mesmo é ficar.
(Martha Medeiros. Pouso e decolagem. https://oglobo.globo.com, 05.11.2023. Adaptado)
No texto, foi empregada em sentido figurado a palavra destacada em:
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