Questões Comentadas

B) experiência necessária, mesmo indo de encontro ao que a sociedade espera.

CORRETA. Vejamos os trechos do texto que confirmam essa alternativa como correta:

“Ainda que eu concorde que alguns lugares precisam controlar a entrada de tanta gente, como faz Fernando de Noronha, jamais defenderei que viajar é uma banalidade dispensável.

Por que viajar precisa ser um estado de exceção? [...] Eu sei, o ser humano precisa manter vínculos emocionais e ter um emprego a fim de ganhar dinheiro para sobreviver; não é prudente se aventurar (palavrinha tentadora, aventura: injustamente associada a algo temporário).

Não consigo chamar de aventureiro aquele que se dedica a conhecer o planeta em sua vasta representação, em vez de comprar uma geladeira, um fogão e formar família. Como eu fiz, e você, provavelmente, também. Não nos arrependemos, mas, no fundo, sabemos que estamos cumprindo ordens. A sociedade costuma ser intransigente com os nômades.

Não fomos educados para as possibilidades de conexão com etnias variadas, para uma expansão geográfica que nos transforme de fato em cidadãos do mundo.”

Perceba, portanto, que a autora não considera viajar algo fútil e desnecessário, mas reconhece que, como sociedade, não estamos preparados para a liberdade que viagens constantes proporcionam. A sociedade espera que nos fixemos em um endereço, tenhamos um emprego estável e formemos uma família. Viver viajando é geralmente visto como uma aventura imprudente.

GABARITO B

Frase a ser analisada: Saiba que estou mal-humorada também enquanto tô parada.

A forma verbal "Saiba" está na 3ª pessoa do singular do modo imperativo afirmativo (saiba você). A única frase que traz destacado um verbo no imperativo é a da alternativa "C" (correta):

"Escute aquilo que os mais idosos têm a dizer, pois isso pode melhorar o humor deles." → verbo "escutar" na 3ª pessoa do singular do modo imperativo afirmativo (escute você).

Vamos analisar os erros das demais alternativas:

a) Pensava constantemente em como diria à avó que seu humor estava ficando ácido.
INCORRETA. Pois o verbo "pensar" está na 3ª pessoa do singular do pretérito imperfeito do modo indicativo.

b) Gostaria de poder contar com mais compreensão de meus filhos e netos próximos.
INCORRETA. Pois o verbo "gostar" está na 1ª pessoa do singular do futuro do pretérito do modo indicativo.

d) Trazia consigo sempre um amargor que lhe era típico, e todos já até achavam graça.
INCORRETA. Pois o verbo "trazer" na 3ª pessoa do singular do pretérito imperfeito do modo indicativo.

e) Ainda que minha neta relute em aceitar o meu jeito, não pretendo mudar como eu sou.
INCORRETA. Pois o verbo "relutar" na 3ª pessoa do singular do presente do modo subjuntivo.

GABARITO C

O que causa o humor na tirinha é a ambiguidade do verbo "andar". A jovem usa-o como um verbo de ligação, indicando estado: "a senhora tem estado muito mal-humorada." Por outro lado, as duas mulheres usam-no para descrever uma ação em movimento (um verbo intransitivo), contrastando com estar parado ou correr. Assim sendo, alternativa 'A' está correta pois demonstra que as mulheres estão usando um significado diferente da palavra “andar” comparadas à intenção original da jovem ao proferir sua fala.

GABARITO A

1) A relação cultural _________ não é similar ______ estabelecida entre Portugal e Brasil.

Quem não é similar, não é simular a algo, a alguma coisa + artigo feminino “a” de “a relação”, resulta em crase.

Descobrindo que a segunda lacuna tem que ser preenchida por “à”, já podemos assinalar a ALTERNATIVA “C”.

GABARITO C

(A) Os portugueses tinham bastantes interesses comerciais com os japoneses, parceiros desde 1546.

CORRETA. A palavra bastante, assim como várias outras da Língua Portuguesa, pode atuar de maneiras distintas nas frases. Pode ser advérbio de intensidade, adjetivo ou pronome indefinido.

Função de advérbio de intensidade

Os advérbios são usados para modificar verbos, adjetivos ou outros advérbios. Bastante, nesse caso, confere uma maior intensidade a palavra a qual se refere. Confira abaixo o exemplo:

“Eu comi bastante bolo ontem na festa.”

Na frase acima bastante altera o verbo comer, conferindo uma intensidade maior à ação do sujeito. Vale ressaltar que desempenhando o papel de advérbio bastante é invariável, ou seja, é utilizado apenas no singular.

Função de adjetivo

Adjetivos têm a função de qualificar um substantivo. Além disso, concordam com ele em número, grau e gênero. Observe a frase seguinte:

“Joaquim tinha motivos bastantes para sorrir.”

Na frase acima, bastantes, no plural, concorda com o substantivo motivos.

Função de pronome indefinido

Desempenhando o papel de pronome indefinido, bastante concorda com um substantivo e indica uma grande quantidade de algo, mas incerta. Quando a palavra com a qual concorda está no plural, ele também é flexionado. Como exemplificado a seguir:

“Comprei bastantes presentes para meu filho.”

Nesse caso, bastante está concordando com presentes e expressa uma quantidade grande, mas indeterminada deles.

Como saber rapidamente se deve utilizar bastante ou bastantes

Embora compreender os motivos que regem a gramática portuguesa seja essencial para você como estudante, nada como dicas simples e fáceis para ter agilidade na hora de escrever corretamente. Portanto, para que não haja dúvida no momento de utilizar bastante apresentamos dois macetes:

1. Troque bastante por muito

Se muito for para o plural, bastante também irá. Caso contrário, bastante continua no singular. Confira os exemplos:

• “O sol é muito quente na hora do almoço”
• “O sol é bastante quente na hora do almoço.”
• “Eles tiveram muitas opções quando eram jovens.”
• “Eles tiveram bastantes opções quando eram jovens.”

2. Troque bastante por suficiente

Se bastante puder ser substituído por suficiente, sem que o sentido da frase seja alterado, é um adjetivo. Nesse caso varia em número de acordo com o substantivo ao qual faz referência. Veja a situação a seguir:

• “Colocou pratos suficientes na mesa?”
• “Colocou pratos bastantes na mesa?”
• “Uma leitura não foi suficiente para compreender o conceito.”
• “Uma leitura não foi bastante para compreender o conceito.”

No caso da nossa alternativa, perceba que dá para trocar “bastantes” por “muitos”, de forma que devemos usar no plural.

(B) Apesar da frenesi renascentista bela e fértil, guerras religiosas e conquistas ainda aconteciam.

INCORRETA. “frenesi” é um substantivo masculina e significa atividade intensa, agitação.

O correto seria: apesar do frenese...

(C) Foi narrado por Marco Polo, que morou cerca de vinte anos na China, a existência desse lugar.

INCORRETA. O que foi narrado? A existência desse lugar.

O correto seria: Foi narrada...

(D) Colombo e Cabral viram como necessário a busca de novas terras e chegaram ao Novo Mundo.

INCORRETA.  “É necessário” ou “É necessária”?

Ambas as construções são permitidas? Sim. Mas cada uma em seu devido lugar.

O adjetivo “necessário” é masculino singular quando:

1) Não há especificação (um artigo, por exemplo) do substantivo com o qual concorda.

É necessário confiança! (substantivo feminino, porém sem determinante)

É necessário dinheiro para isso. (substantivo masculino, sem determinante)

2) A oração complementar é feita com o verbo no infinitivo.

Acho, então, necessário procurar um médico.

3) Há especificação do substantivo com o qual concorda e ele é um substantivo masculino singular.

Para que dê certo, é necessário o apoio de todos.

O uso do adjetivo no feminino singular se dá apenas quando:

1) Há especificação do substantivo feminino com o qual concorda:

É necessária a confiança. (substantivo feminino, com artigo definido)

Para entrar na festa, é necessária a apresentação desse convite.

Essa explicação foi realmente necessária para você? (concordando com explicação)

(E) Um e outro países europeus estabeleceram relações comerciais com o Japão a partir do século XVI.

INCORRETA. Quando após a expressão “um e outro” vier um substantivo (“países”), este deverá ficar no singular. E se o substantivo vier acompanhado de adjetivo (“europeus”), este vai para o plural.

O correto seria: “Um e outro país europeus estabeleceram relações comerciais com o Japão a partir do século XVI”.

Quando usar a expressão “Um e outro”, há algumas regrinhas que precisam ser obedecidas:

1. Se após “um e outro” já surgir um verbo, este deverá vir no plural, preferencialmente: Um e outro estudaram para a prova.

Observação: O verbo é facultativo e pode ficar tanto no singular quanto no plural.

2. Se existir um substantivo depois de “um e outro”, o mesmo ficará no singular: Um e outro aluno estudaram/estudou para a prova e não Um e outro alunos estudaram para a prova.

3. No caso do substantivo vir acompanhado de um adjetivo, este último ficará no plural: Um e outro aluno aplicados estudaram/estudou para a prova.

Quando o sujeito for substituído pela expressão “Um ou outro”, o verbo e o substantivo ficarão no singular, obrigatoriamente.

Veja os exemplos:

a) Ele disse que um ou outro amigo viria na festa

b) Um ou outro convidado não confirmou.

c) Sempre vejo um ou outro aluno estudar na escola no período vespertino.

A expressão “Nem um, nem outro” acompanha a mesma estrutura de “Um e outro”, ou seja, o substantivo, se houver, fica no singular e o verbo é facultativo (singular ou plural).

Observe:

a) Um e outro caso foi resolvido/foram resolvidos pela justiça.

b) Nem um nem outro caso foi resolvido/foram resolvidos pela justiça.

c) Uma e outra resposta deixaram/deixou de ser dada.

d) Nem uma nem outra resposta deixaram/deixou de ser dada.

Observação importante: Quando o termo “nem” acompanha dois referenciais diferentes, o verbo fica no plural, usualmente: Nem eu nem ela vamos viajar nesse final de semana, Nem eu nem você vamos a essa festa.

GABARITO A

A alternativa correta é a letra D: a narrativa de Marco Polo – Em seu livro (3º parágrafo).

Justificativa: No texto, há uma relação clara de coesão e continuidade entre "a narrativa de Marco Polo" e "Em seu livro", no terceiro parágrafo. A expressão "a narrativa de Marco Polo" se refere à descrição feita por ele sobre suas experiências na China, e a expressão "Em seu livro" se refere ao relato dessas experiências documentado por ele em forma de livro. Esse é um exemplo de coesão referencial, onde o segundo elemento faz referência ao primeiro.

Análise das demais alternativas:

A) INCORRETA: Povo exímio – os portugueses: No texto, "povo exímio" se refere aos japoneses, que eram habilidosos no uso da espada e do arco e flecha, não aos portugueses.

B) INCORRETA: Península Ibérica – Novo Mundo: A Península Ibérica é o local de origem dos navegadores, enquanto o Novo Mundo é o continente que foi descoberto. Embora ambos estejam relacionados à exploração, não há uma conexão direta de coesão entre essas duas expressões no contexto imediato.

C) INCORRETA: Tanegashima – seus postulados: Não há uma relação clara de coesão entre Tanegashima (a ilha onde os portugueses chegaram) e "seus postulados", que se refere aos primeiros mapas de navegação.

E) INCORRETA: Idade Média – febre tão inquietante: A "Idade Média" é uma época histórica, e a "febre tão inquietante" se refere ao Renascimento. Não há uma relação de coesão direta entre essas duas expressões.

GABARITO D

A alternativa correta é a LETRA B: Retrocedamos; tinha vivido.

Comentário:

• “Recuemos cinco séculos no tempo”: Ao substituir "Recuemos" pelo verbo Retroceder no imperativo presente, a forma correta seria Retrocedamos, que mantém o mesmo sentido do verbo original, já que "recuemos" está no imperativo.

• “... através da narrativa de Marco Polo que lá vivera cerca de 20 anos”: Ao substituir "vivera" pelo pretérito mais-que-perfeito composto, a forma correta seria tinha vivido, que é a forma adequada de indicar uma ação anterior a outra no passado.

ATENÇÃO! O pretérito mais-que-perfeito composto forma-se com o verbo auxiliar “ter” (ou “haver” na linguagem formal) no pretérito imperfeito, seguido do particípio passado do verbo principal: Exemplo: Verbo telefonar: nós tínhamos telefonado.

ATENÇÃO MASTER! o pretérito mais-que-perfeito do indicativo tem duas variantes: o simples (chegara) e o composto (tinha chegado). Assim, ambos são substituíveis um pelo outro, pois têm o mesmo sentido.

No entanto, há subtilezas no seu uso: o simples é usado sobretudo na escrita literária, enquanto o composto é mais usado na oralidade. A formação do pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo é formado pelo pretérito imperfeito do indicativo do verbo auxiliar ter mais o particípio passado do verbo principal.'

Análise das alternativas:

A) INCORRETA: Retrocedemos está no indicativo, e o correto seria o imperativo Retrocedamos. Tivera vivido está correto.

C) INCORRETA: Retrocedamos está correto, mas tivera vivido está no pretérito mais-que-perfeito simples.

D) INCORRETA: Retrocedemos está no indicativo, não no imperativo. Tinha vivido também está no pretérito imperfeito composto, o que não corresponde ao pedido de uso do mais-que-perfeito composto.

E) INCORRETA: Retrocedermos está no infinitivo, não no imperativo. Teria vivido está no futuro do pretérito, inadequado para substituir o pretérito mais-que-perfeito composto.

GABARITO B

A alternativa correta é a letra E: "o que se conhecia mais; arriscaram-se."

Justificativa:

• Na passagem “Vemos uma Europa, que então era o mundo…”, a expressão "o mundo" refere-se ao lugar que era mais conhecido na época, ou seja, a Europa. Portanto, "o que se conhecia mais" corresponde ao sentido dessa expressão.

• Já em “Pagaram para ver, com risco de suas próprias vidas”, "pagaram para ver" tem o sentido de se arriscarem, de se lançarem em uma aventura perigosa, como era a exploração de terras desconhecidas. Dessa forma, "arriscaram-se" é o significado contextual dessa expressão.

Análise das alternativas incorretas:

A) INCORRETA: "O que se via fisicamente" não é apropriado para "o mundo" no contexto da Europa ser o centro conhecido. "Desistiram" não condiz com o sentido de "pagaram para ver", que significa justamente o contrário, ou seja, arriscar-se.

B) INCORRETA: "O que se imaginava sempre" não reflete o contexto histórico em que a Europa era vista como o centro do mundo conhecido. "Resignaram-se" também não corresponde ao sentido de "pagaram para ver", que implica ação e risco, não aceitação passiva.

C) INCORRETA: "O que se impunha totalmente" não se encaixa no contexto de "o mundo" como o espaço conhecido. "Abstiveram-se" é o oposto de "arriscaram-se", que é o real sentido da expressão.

D) INCORRETA: "O que funcionava melhor" não traduz o sentido de "o mundo" no contexto da Europa renascentista. "Duvidaram" também não corresponde ao sentido de "pagaram para ver", que implica decisão e ação.

GABARITO E

A alternativa correta é a letra A: "As transformações por que passava a Europa inspiraram os navegadores portugueses a explorar outros lugares, do que resultou a chegada ao Japão, país com o qual iniciaram as relações comerciais."

exploratória dos navegadores ibéricos que, impulsionados por essa inquietação, arriscaram suas vidas para desbravar novos territórios, como o Japão. Isso se deu no contexto das grandes navegações, que permitiram aos portugueses estabelecer relações comerciais com o Japão.

Análise das alternativas incorretas:

B) INCORRETA: Embora o texto mencione as guerras religiosas, ele não afirma que os portugueses, "cansados" dessas guerras, tenham buscado um novo modelo de desenvolvimento baseado em relações amigáveis com a China e o Japão.

C) INCORRETA: Não há menção no texto de que as mudanças na Europa tenham sido uma resposta ou uma forma de contra-atacar o Império da China e o Japão.

D) INCORRETA: A intenção de Portugal ao estabelecer relações comerciais com o Japão não era encontrar um mercado de armas, e sim expandir o intercâmbio comercial. Além disso, o texto não sugere que a China foi vista como um novo parceiro comercial nesse contexto.

E) INCORRETA: O texto não menciona que Portugal tenha imposto ao Japão o fim de relações comerciais com outros países. A exclusividade de Portugal no intercâmbio com o Japão durou até a chegada dos espanhóis, em 1587, mas não foi uma imposição de Portugal.

GABARITO A

1) Esperava que ______ qualquer hora o coração lhe perfurasse o peito, lhe rasgasse a blusa.

Não se usa crase antes de pronome indefinido, pois não admitem artigo: alguém, alguma, nenhuma, cada, certa, determinada, pouca, quanta, tal, tamanha, tanta, toda, ninguém, muita, outra, tudo, qual, qualquer, quaisquer.

Portanto, o correto é “a” (sem crase). Já eliminamos as alternativas “A” e “B”.

2) O coração corresponderia mesmo ______ forma bonita dos postais coloridos?

Quem corresponde, corresponde a algo, a alguma coisa. Foi exigida a preposição “a” + artigo “a” do pronome “aquela” = crase.

ATENÇÃO: O pronome demonstrativo aquele e suas variações (aquela, aqueles, aquelas) receberão acento grave na inicial sempre que houver um verbo ou nome que peça a preposição a. “Não me refiro àquilo que você disse, mas àquilo que sua esposa afirmou naquela noite.”.

Portanto, o correto é “àquela”. Já conseguimos eliminar também a alternativa “C”.

3) Pensou em jogar _____ lata de água ao chão, esparramar-se no líquido, fazer-se lama.

Quem joga, joga algo, alguma coisa. O verbo “jogar” é transitivo direto, não exigindo preposição “a” em seu complemento, de forma que não podemos usar a crase.

Portanto, o correto é “a”. E conseguimos eliminar a alternativa E.

4) O barranco dirigia _____ ela um sorriso irresistível, convidando-a para o encontro final. De acordo com a norma-padrão, as lacunas devem ser preenchidas, respectivamente, com.

Não se usa crase antes de pronomes pessoais.

ATENÇÃO! Antes dos pronomes pessoais, como eu, tu, ele, ela, nós, vós, mim (pronome pessoal oblíquo) etc., não ocorre crase, já que não são antecedidos de artigos.

Portanto, o correto é “a” (sem crase).

GABARITO D