Questões Comentadas

Estude com 14039 questões”.
  • 1991
  • Ano: 2024
  • Banca: VUNESP
  • Instituição: TJ/SP - MP/SP - TRE - TJAA - TRE - AJAJ - DPE/SP - OFICIAL DE JUSTIÇA TJ/SP - TRF3 - TJAA

SE11952 - (Agente de informações. SPtrans. 2024. Vunesp) Leia o texto para responder às questões de números 11 a 18.

 

Sozinhos

 

Um casal de velhos mora sozinho numa casa. Já criaram os filhos, os netos já estão grandes, só lhes resta implicar um com o outro. Retomam com novo fervor uma discussão antiga. Ela diz que ele ronca quando dorme, ele diz que é mentira.

 

 – Ronca.

 

– Não ronco.

 

– Ele diz que não ronca – comenta ela, impaciente, como se falasse com uma terceira pessoa.

 

 Mas não existe outra pessoa na casa. Os filhos raramente visitam os pais. Os netos, nunca. A empregada vem de manhã, faz o almoço, deixa o jantar e sai cedo. Ficam os dois sozinhos.

 

 – Eu devia gravar os seus roncos, pra você se convencer – diz ela. E em seguida tem a ideia infeliz. – É o que eu vou fazer! Essa noite, quando você dormir, vou ligar o gravador e gravar os seus roncos. Vou gravar os seus roncos.

 

– Humrfm – diz o velho.

 

Sozinhos. Os velhos sozinhos na casa. Os dois vão para a cama. Quando o velho dorme, a velha liga o gravador. Mas em poucos minutos a velha também dorme. O gravador fica ligado, gravando. Pouco depois a fita acaba.

 

Na manhã seguinte, certa do seu triunfo, a velha roda a fita. Ouvem-se alguns minutos de silêncio. Depois, alguém roncando.

 

– Rarrá! – diz a velha, feliz.

 

Pouco depois ouve-se o ronco de outra pessoa, a velha também ronca!

 

– Rarrá! – diz o velho, vingativo.

 

E em seguida, por cima do contraponto de roncos, ouve-se um sussurro. Uma voz indefinida. Pode ser de homem, de mulher ou de criança. A princípio – por causa dos roncos – não se distingue o que ela diz. Mas aos poucos as palavras vão ficando claras. São duas vozes. É um diálogo sussurrado.

 

“Estão prontos?”

 

“Não, acho que ainda não…”

 

“Então vamos voltar amanhã…”

 

(Luis Fernando Verissimo. Comédias para se ler na escola. Adaptado)

 

Com a frase – Ele diz que não ronca – comenta ela, impaciente, como se falasse com uma terceira pessoa. (4º parágrafo) –, entende-se que a velha

  • 1992
  • Ano: 2024
  • Banca: VUNESP
  • Instituição: TJ/SP - MP/SP - TRE - TJAA - TRE - AJAJ - DPE/SP - OFICIAL DE JUSTIÇA TJ/SP - TRF3 - TJAA

SE11951 - (Agente de informações. SPtrans. 2024. Vunesp) Leia o texto para responder às questões de números 11 a 18.

 

Sozinhos

 

Um casal de velhos mora sozinho numa casa. Já criaram os filhos, os netos já estão grandes, só lhes resta implicar um com o outro. Retomam com novo fervor uma discussão antiga. Ela diz que ele ronca quando dorme, ele diz que é mentira.

 

 – Ronca.

 

– Não ronco.

 

– Ele diz que não ronca – comenta ela, impaciente, como se falasse com uma terceira pessoa.

 

 Mas não existe outra pessoa na casa. Os filhos raramente visitam os pais. Os netos, nunca. A empregada vem de manhã, faz o almoço, deixa o jantar e sai cedo. Ficam os dois sozinhos.

 

 – Eu devia gravar os seus roncos, pra você se convencer – diz ela. E em seguida tem a ideia infeliz. – É o que eu vou fazer! Essa noite, quando você dormir, vou ligar o gravador e gravar os seus roncos. Vou gravar os seus roncos.

 

– Humrfm – diz o velho.

 

Sozinhos. Os velhos sozinhos na casa. Os dois vão para a cama. Quando o velho dorme, a velha liga o gravador. Mas em poucos minutos a velha também dorme. O gravador fica ligado, gravando. Pouco depois a fita acaba.

 

Na manhã seguinte, certa do seu triunfo, a velha roda a fita. Ouvem-se alguns minutos de silêncio. Depois, alguém roncando.

 

– Rarrá! – diz a velha, feliz.

 

Pouco depois ouve-se o ronco de outra pessoa, a velha também ronca!

 

– Rarrá! – diz o velho, vingativo.

 

E em seguida, por cima do contraponto de roncos, ouve-se um sussurro. Uma voz indefinida. Pode ser de homem, de mulher ou de criança. A princípio – por causa dos roncos – não se distingue o que ela diz. Mas aos poucos as palavras vão ficando claras. São duas vozes. É um diálogo sussurrado.

 

“Estão prontos?”

 

“Não, acho que ainda não…”

 

“Então vamos voltar amanhã…”

 

(Luis Fernando Verissimo. Comédias para se ler na escola. Adaptado)

 

Na passagem – E em seguida tem a ideia infeliz. (6º parágrafo) –, a expressão destacada tem como consequência a descoberta do

  • 1993
  • Ano: 2024
  • Banca: VUNESP
  • Instituição: TJ/SP - MP/SP - TRE - TJAA - TRE - AJAJ - DPE/SP - OFICIAL DE JUSTIÇA TJ/SP - TRF3 - TJAA - Auxiliar de Promotoria (MP/SP)

SE11950 - (Agente de informações. SPtrans. 2024. Vunesp) Leia o texto para responder às questões de números 11 a 18.

 

Sozinhos

 

Um casal de velhos mora sozinho numa casa. Já criaram os filhos, os netos já estão grandes, só lhes resta implicar um com o outro. Retomam com novo fervor uma discussão antiga. Ela diz que ele ronca quando dorme, ele diz que é mentira.

 

 – Ronca.

 

– Não ronco.

 

– Ele diz que não ronca – comenta ela, impaciente, como se falasse com uma terceira pessoa.

 

 Mas não existe outra pessoa na casa. Os filhos raramente visitam os pais. Os netos, nunca. A empregada vem de manhã, faz o almoço, deixa o jantar e sai cedo. Ficam os dois sozinhos.

 

 – Eu devia gravar os seus roncos, pra você se convencer – diz ela. E em seguida tem a ideia infeliz. – É o que eu vou fazer! Essa noite, quando você dormir, vou ligar o gravador e gravar os seus roncos. Vou gravar os seus roncos.

 

– Humrfm – diz o velho.

 

Sozinhos. Os velhos sozinhos na casa. Os dois vão para a cama. Quando o velho dorme, a velha liga o gravador. Mas em poucos minutos a velha também dorme. O gravador fica ligado, gravando. Pouco depois a fita acaba.

 

Na manhã seguinte, certa do seu triunfo, a velha roda a fita. Ouvem-se alguns minutos de silêncio. Depois, alguém roncando.

 

– Rarrá! – diz a velha, feliz.

 

Pouco depois ouve-se o ronco de outra pessoa, a velha também ronca!

 

– Rarrá! – diz o velho, vingativo.

 

E em seguida, por cima do contraponto de roncos, ouve-se um sussurro. Uma voz indefinida. Pode ser de homem, de mulher ou de criança. A princípio – por causa dos roncos – não se distingue o que ela diz. Mas aos poucos as palavras vão ficando claras. São duas vozes. É um diálogo sussurrado.

 

“Estão prontos?”

 

“Não, acho que ainda não…”

 

“Então vamos voltar amanhã…”

 

(Luis Fernando Verissimo. Comédias para se ler na escola. Adaptado)

 

De acordo com o texto, a ideia de que o velho roncava era uma

  • 1994
  • Ano: 2024
  • Banca: VUNESP
  • Instituição: TJ/SP - MP/SP - TRE - TJAA - TRE - AJAJ - DPE/SP - OFICIAL DE JUSTIÇA TJ/SP - TRF3 - TJAA - Auxiliar de Promotoria (MP/SP)

SE11949 - (Agente de trânsito. 2024. Vunesp) O acento indicativo de crase foi corretamente empregado em:

  • 1995
  • Ano: 2024
  • Banca: VUNESP
  • Instituição: TJ/SP - MP/SP - TRE - TJAA - TRE - AJAJ - DPE/SP - OFICIAL DE JUSTIÇA TJ/SP - TRF3 - TJAA - Auxiliar de Promotoria (MP/SP)

SE11948 - (Agente de Trânsito. 2024. Vunesp)

 

No Brasil, o aumento de turistas em períodos de férias _______ engarrafamentos, blecautes, falta ou encarecimento de insumos e poluição. Porto de Galinhas (PE), Pipa (RN) e outras cidades do litoral paulista, como Santos, Praia Grande e Ilhabela também sofrem.      

 

“A infraestrutura desses lugares não foi projetada para suportar a quantidade de pessoas que_________ ”, diz Lúcia Silveira Santos, doutoranda em Turismo.   

 

Em 2022, ___________ mais de 3,6 milhões de turistas internacionais que visitaram o Brasil. A Ilha de Fernando de Noronha (PE), um dos destinos mais procurados, restringiu o número de visitantes: são no máximo 132 mil por ano e 11 mil por mês. Também em Pernambuco, o número de passageiros para Porto de Galinhas _________um aumento de 19% em relação a 2022.

 

(Julia Estanislau. Cidades sofrem com o “overtourism” e turistas enfrentam retaliação de residentes e governos locais. https://jornal.usp.br, 22.09.2023. Adaptado)

 

Quanto à concordância, as lacunas do texto são, correta e respectivamente, completadas por:

  • 1996
  • Ano: 2024
  • Banca: VUNESP
  • Instituição: TJ/SP - MP/SP - TRE - TJAA - TRE - AJAJ - DPE/SP - OFICIAL DE JUSTIÇA TJ/SP - TRF3 - TJAA - Auxiliar de Promotoria (MP/SP)

SE11947 - (Agente de trânsito. 2024. Vunesp) Assinale a alternativa em que a frase está redigida em conformidade com a norma-padrão de emprego e colocação pronominal.

  • 1997
  • Ano: 2024
  • Banca: VUNESP
  • Instituição: TJ/SP - MP/SP - TRE - TJAA - TRE - AJAJ - DPE/SP - OFICIAL DE JUSTIÇA TJ/SP - TRF3 - TJAA - Auxiliar de Promotoria (MP/SP)

SE11946 - (Agente de trânsito. 2024. Vunesp) Leia o texto para responder às questões de números 03 a 07.

 

Tenho lido matérias que defendem a ideia de que viajar não é tão fundamental e que os turistas deveriam parar com tanta andança sem sentido. Alguns italianos concordam. “Não venham mais!”, têm gritado das janelas os nativos que ainda moram em Veneza, cidade que recentemente foi considerada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) um patrimônio em risco. Não demorará para Veneza ser ocupada só por visitantes, e aí não será mais uma cidade, e sim uma Disney para adultos, uma cenografia.

 

Ainda que eu concorde que alguns lugares precisam controlar a entrada de tanta gente, como faz Fernando de Noronha, jamais defenderei que viajar é uma banalidade dispensável. Sei que é possível ser muito feliz sem jamais colocar os pés em um aeroporto — não eu.

 

Por que viajar precisa ser um estado de exceção? Passamos grande parte da vida morando no mesmo endereço, com alguns intervalos de fuga. Imagine o inverso: viajar constantemente, com alguns intervalos de permanência. Eu sei, o ser humano precisa manter vínculos emocionais e ter um emprego a fim de ganhar dinheiro para sobreviver; não é prudente se aventurar (palavrinha tentadora, aventura: injustamente associada a algo temporário).

 

Não consigo chamar de aventureiro aquele que se dedica a conhecer o planeta em sua vasta representação, em vez de comprar uma geladeira, um fogão e formar família. Como eu fiz, e você, provavelmente, também. Não nos arrependemos, mas, no fundo, sabemos que estamos cumprindo ordens. A sociedade costuma ser intransigente com os nômades.

 

Não fomos educados para as possibilidades de conexão com etnias variadas, para uma expansão geográfica que nos transforme de fato em cidadãos do mundo. A segurança nos atrai na mesma medida que a liberdade nos assusta. Compensamos nosso comodismo com livros que são mais baratos que passagens aéreas. E, quando dá, fazemos turismo. Cada viagem de 10 dias ou de um mês é um jeito de colocar a cabeça para fora da gaiola. Depois, voltamos para casa ainda mais comprometidos com nossas raízes: condicionados ou não, optamos pelo amor romântico, pela criação de filhos, pelos cuidados com os pais. De tempos em tempos, confirmar que existe muito mais do que isso é nosso ato de bravura. Mas aventura mesmo é ficar.

 

(Martha Medeiros. Pouso e decolagem. https://oglobo.globo.com, 05.11.2023. Adaptado)

 

Assinale a alternativa em que o acréscimo de uma vírgula ao trecho do texto mantém a correção gramatical.

  • 1998
  • Ano: 2024
  • Banca: VUNESP
  • Instituição: TJ/SP - MP/SP - DPE/SP - OFICIAL DE JUSTIÇA TJ/SP - TRF3 - TJAA - Auxiliar de Promotoria (MP/SP)

SE11945 - (Agente de trânsito. 2024. Vunesp) Leia o texto para responder às questões de números 03 a 07.

 

Tenho lido matérias que defendem a ideia de que viajar não é tão fundamental e que os turistas deveriam parar com tanta andança sem sentido. Alguns italianos concordam. “Não venham mais!”, têm gritado das janelas os nativos que ainda moram em Veneza, cidade que recentemente foi considerada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) um patrimônio em risco. Não demorará para Veneza ser ocupada só por visitantes, e aí não será mais uma cidade, e sim uma Disney para adultos, uma cenografia.

 

Ainda que eu concorde que alguns lugares precisam controlar a entrada de tanta gente, como faz Fernando de Noronha, jamais defenderei que viajar é uma banalidade dispensável. Sei que é possível ser muito feliz sem jamais colocar os pés em um aeroporto — não eu.

 

Por que viajar precisa ser um estado de exceção? Passamos grande parte da vida morando no mesmo endereço, com alguns intervalos de fuga. Imagine o inverso: viajar constantemente, com alguns intervalos de permanência. Eu sei, o ser humano precisa manter vínculos emocionais e ter um emprego a fim de ganhar dinheiro para sobreviver; não é prudente se aventurar (palavrinha tentadora, aventura: injustamente associada a algo temporário).

 

Não consigo chamar de aventureiro aquele que se dedica a conhecer o planeta em sua vasta representação, em vez de comprar uma geladeira, um fogão e formar família. Como eu fiz, e você, provavelmente, também. Não nos arrependemos, mas, no fundo, sabemos que estamos cumprindo ordens. A sociedade costuma ser intransigente com os nômades.

 

Não fomos educados para as possibilidades de conexão com etnias variadas, para uma expansão geográfica que nos transforme de fato em cidadãos do mundo. A segurança nos atrai na mesma medida que a liberdade nos assusta. Compensamos nosso comodismo com livros que são mais baratos que passagens aéreas. E, quando dá, fazemos turismo. Cada viagem de 10 dias ou de um mês é um jeito de colocar a cabeça para fora da gaiola. Depois, voltamos para casa ainda mais comprometidos com nossas raízes: condicionados ou não, optamos pelo amor romântico, pela criação de filhos, pelos cuidados com os pais. De tempos em tempos, confirmar que existe muito mais do que isso é nosso ato de bravura. Mas aventura mesmo é ficar.

 

(Martha Medeiros. Pouso e decolagem. https://oglobo.globo.com, 05.11.2023. Adaptado)

 

No texto, foi empregada em sentido figurado a palavra destacada em:

  • 1999
  • Ano: 2024
  • Banca: VUNESP
  • Instituição: TJ/SP - MP/SP - DPE/SP - OFICIAL DE JUSTIÇA TJ/SP - TRF3 - TJAA - Auxiliar de Promotoria (MP/SP)

SE11944 - (Agente de trânsito. 2024. Vunesp) Leia o texto para responder às questões de números 03 a 07.

 

Tenho lido matérias que defendem a ideia de que viajar não é tão fundamental e que os turistas deveriam parar com tanta andança sem sentido. Alguns italianos concordam. “Não venham mais!”, têm gritado das janelas os nativos que ainda moram em Veneza, cidade que recentemente foi considerada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) um patrimônio em risco. Não demorará para Veneza ser ocupada só por visitantes, e aí não será mais uma cidade, e sim uma Disney para adultos, uma cenografia.

 

Ainda que eu concorde que alguns lugares precisam controlar a entrada de tanta gente, como faz Fernando de Noronha, jamais defenderei que viajar é uma banalidade dispensável. Sei que é possível ser muito feliz sem jamais colocar os pés em um aeroporto — não eu.

 

Por que viajar precisa ser um estado de exceção? Passamos grande parte da vida morando no mesmo endereço, com alguns intervalos de fuga. Imagine o inverso: viajar constantemente, com alguns intervalos de permanência. Eu sei, o ser humano precisa manter vínculos emocionais e ter um emprego a fim de ganhar dinheiro para sobreviver; não é prudente se aventurar (palavrinha tentadora, aventura: injustamente associada a algo temporário).

 

Não consigo chamar de aventureiro aquele que se dedica a conhecer o planeta em sua vasta representação, em vez de comprar uma geladeira, um fogão e formar família. Como eu fiz, e você, provavelmente, também. Não nos arrependemos, mas, no fundo, sabemos que estamos cumprindo ordens. A sociedade costuma ser intransigente com os nômades.

 

Não fomos educados para as possibilidades de conexão com etnias variadas, para uma expansão geográfica que nos transforme de fato em cidadãos do mundo. A segurança nos atrai na mesma medida que a liberdade nos assusta. Compensamos nosso comodismo com livros que são mais baratos que passagens aéreas. E, quando dá, fazemos turismo. Cada viagem de 10 dias ou de um mês é um jeito de colocar a cabeça para fora da gaiola. Depois, voltamos para casa ainda mais comprometidos com nossas raízes: condicionados ou não, optamos pelo amor romântico, pela criação de filhos, pelos cuidados com os pais. De tempos em tempos, confirmar que existe muito mais do que isso é nosso ato de bravura. Mas aventura mesmo é ficar.

 

(Martha Medeiros. Pouso e decolagem. https://oglobo.globo.com, 05.11.2023. Adaptado)

 

No trecho “A sociedade costuma ser intransigente com os nômades”, a palavra destacada tem como antônimo no contexto em que foi empregada:

  • 2000
  • Ano: 2024
  • Banca: VUNESP
  • Instituição: TJ/SP - MP/SP - TRE - TJAA - TRE - AJAJ - DPE/SP - OFICIAL DE JUSTIÇA TJ/SP - TRF3 - TJAA

SE11943 - (Agente de trânsito. 2024. Vunesp) Leia o texto para responder às questões de números 03 a 07.

 

Tenho lido matérias que defendem a ideia de que viajar não é tão fundamental e que os turistas deveriam parar com tanta andança sem sentido. Alguns italianos concordam. “Não venham mais!”, têm gritado das janelas os nativos que ainda moram em Veneza, cidade que recentemente foi considerada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) um patrimônio em risco. Não demorará para Veneza ser ocupada só por visitantes, e aí não será mais uma cidade, e sim uma Disney para adultos, uma cenografia.

 

Ainda que eu concorde que alguns lugares precisam controlar a entrada de tanta gente, como faz Fernando de Noronha, jamais defenderei que viajar é uma banalidade dispensável. Sei que é possível ser muito feliz sem jamais colocar os pés em um aeroporto — não eu.

 

Por que viajar precisa ser um estado de exceção? Passamos grande parte da vida morando no mesmo endereço, com alguns intervalos de fuga. Imagine o inverso: viajar constantemente, com alguns intervalos de permanência. Eu sei, o ser humano precisa manter vínculos emocionais e ter um emprego a fim de ganhar dinheiro para sobreviver; não é prudente se aventurar (palavrinha tentadora, aventura: injustamente associada a algo temporário).

 

Não consigo chamar de aventureiro aquele que se dedica a conhecer o planeta em sua vasta representação, em vez de comprar uma geladeira, um fogão e formar família. Como eu fiz, e você, provavelmente, também. Não nos arrependemos, mas, no fundo, sabemos que estamos cumprindo ordens. A sociedade costuma ser intransigente com os nômades.

 

Não fomos educados para as possibilidades de conexão com etnias variadas, para uma expansão geográfica que nos transforme de fato em cidadãos do mundo. A segurança nos atrai na mesma medida que a liberdade nos assusta. Compensamos nosso comodismo com livros que são mais baratos que passagens aéreas. E, quando dá, fazemos turismo. Cada viagem de 10 dias ou de um mês é um jeito de colocar a cabeça para fora da gaiola. Depois, voltamos para casa ainda mais comprometidos com nossas raízes: condicionados ou não, optamos pelo amor romântico, pela criação de filhos, pelos cuidados com os pais. De tempos em tempos, confirmar que existe muito mais do que isso é nosso ato de bravura. Mas aventura mesmo é ficar.

 

(Martha Medeiros. Pouso e decolagem. https://oglobo.globo.com, 05.11.2023. Adaptado)

 

Quanto à presença excessiva de turistas em certos lugares, é correto afirmar que a autora

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