Questões Comentadas

Primeira Lacuna: "percebe se está apta ou não a realizar determinada atividade."

Explicação: Antes de verbo no infinitivo, como "realizar", não se usa crase, porque há apenas a preposição "a", sem a presença de um artigo definido feminino. Portanto, a forma correta é "a realizar", sem crase.

Segunda Lacuna: "ela pode se tornar alheia à realidade que a cerca."

Explicação: O adjetivo "alheia", quando utilizado no sentido de "que não se relaciona com o assunto de que se trata; impertinente, impróprio", exige a preposição "a". Como "realidade" é um substantivo feminino precedido de artigo definido "a", ocorre a crase: "à realidade."

Terceira Lacuna: “Por isso, os adultos têm de estar atentos a todas as variáveis...”

Quarta Lacuna: "todas as variáveis e garantir à criança um desenvolvimento..."

Explicação: O verbo "garantir", quando usado no sentido de "tornar seguro; assegurar", pode ser bitransitivo, ou seja, pode ter um objeto direto (OD) e um objeto indireto (OI). Aqui, "à criança" é o objeto indireto, e "um desenvolvimento" é o objeto direto. Como "criança" é um substantivo feminino precedido de artigo definido "a", ocorre a crase: "à criança."

GABARITO C

a) Meu texto de hoje tem dois objetos... (Meu texto de hoje refere-se à dois objetos...)

Correção: Meu texto de hoje refere-se a dois objetos...

Explicação: Não se usa crase antes de termos masculinos, como "dois objetos". A crase é a fusão da preposição "a" com o artigo definido "a(s)", que não se aplica a termos masculinos.

b) Vou desafiar meus leitores... (Vou dirigir-me à meus leitores...)

Correção: Vou dirigir-me a meus leitores...

Explicação: Não se usa crase antes de termos masculinos, como "meus leitores". A preposição "a" não se contrai com o pronome "meus", pois não há artigo feminino.

c) ... o mesmo ocorre com o católico convicto em relação a outros credos. (... o mesmo ocorre com o católico convicto com referência às demais religiões.)

CORRETO: ... o mesmo ocorre com o católico convicto com referência às demais religiões.

Explicação: A crase está correta porque resulta da contração da preposição "a", exigida pelo substantivo "referência" (quem está convicto com referência está convicto com referência a algo), com o artigo definido "as", que acompanha o substantivo feminino "religiões": com referência a + as demais religiões = com referência às demais religiões.

d) Existem os que apenas tomaram contato com trechos... (Existem os que passaram à tomar contato com trechos...)

Correção: Existem os que passaram a tomar contato com trechos...

Explicação: Não se usa crase antes de verbo no infinitivo, como "tomar". A crase ocorre apenas quando há a fusão da preposição "a" com o artigo feminino "a(s)", o que não acontece com verbos.

e) Seu olhar agudo esbarrava em um grande problema do Brasil: a alfabetização de adultos. (Seu olhar agudo estava atento à uma questão problemática no Brasil: a alfabetização de adultos.)

Correção: Seu olhar agudo estava atento a uma questão problemática no Brasil: a alfabetização de adultos.

Explicação: Não se usa crase antes do artigo indefinido "uma". A crase exige a presença de um artigo definido feminino "a(s)", o que não ocorre com "uma".

GABARITO C

a) Nos períodos de férias escolares, cidades litorâneas tendem à apresentar maior fluxo de carros.

INCORRETA. Não se usa crase antes de verbos. Isso ocorre porque os verbos não aceitam artigos, apenas preposições quando necessário. Como não há artigo feminino para formar a contração, a crase é incorreta.

Correção: Nos períodos de férias escolares, cidades litorâneas tendem a apresentar maior fluxo de carros.

b) Tem havido um crescimento no número de visitantes em relação à mesma estação do ano.

CORRETA. A locução "em relação a" apresenta a preposição "a", que se contrai com o artigo "a" que acompanha "mesma estação do ano", formando a crase.

Explicação: em relação a + a mesma estação do ano = à mesma estação do ano.

c) Fernando de Noronha é uma ilha pernambucana conhecida pela restrição imposta à turistas.

INCORRETA. Não ocorre crase antes de termos masculinos como "turistas" (que, aqui, está empregado em sentido genérico), pois não há artigo feminino que justifique a crase. O "a" presente é apenas a preposição exigida pelo verbo "impor".

Correção: Fernando de Noronha é uma ilha pernambucana conhecida pela restrição imposta a turistas.

Além disso, lembre-se da regra: “a” no singular seguido de palavra no plural, crase nem a pau.

d) Turistas que visitam a praia de Porto de Galinhas se dirigem à ela para passar momentos de lazer.

INCORRETA. Não se usa crase antes de pronomes pessoais, como "ela", pois esses pronomes não aceitam artigo feminino. Portanto, só há a preposição "a" exigida pelo verbo "dirigir-se".

Correção: Turistas que visitam a praia de Porto de Galinhas se dirigem a ela para passar momentos de lazer.

e) Devem-se projetar às cidades para garantir mobilidade e comodidade aos seus habitantes.

INCORRETA. O verbo "projetar" é transitivo direto, não exigindo a preposição "a". Portanto, o "as" presente é apenas o artigo definido que acompanha o substantivo "cidades", e não deve haver crase.

Correção: Devem-se projetar as cidades para garantir mobilidade e comodidade aos seus habitantes.

GABARITO B

a) No Brasil, segundo a série histórica do Ministério da Saúde, ultrapassamos à marca de 1 milhão pela primeira vez em 2015.

INCORRETO. O uso da crase está errado. O verbo "ultrapassar" é transitivo direto e não exige preposição "a" para se ligar ao objeto direto "a marca". Assim, a forma correta é "ultrapassamos a marca", sem crase.

b) Nas cinco primeiras semanas epidemiológicas, o país chegou à registrar quase o dobro de casos ante o mesmo período de 2023.

INCORRETO. O uso da crase está incorreto. Não se usa crase antes de verbos no infinitivo, como "registrar". A forma correta é "chegou a registrar", sem crase.

c) Se, no ano passado, houve 1.658.816 de casos, chegamos à mais que isso em 2015, com 1.688.688 ocorrências.

INCORRETO. O uso da crase está incorreto. O termo "mais" é um pronome indefinido, e pronomes indefinidos não aceitam artigo definido "a", portanto, não há crase. A forma correta é "chegamos a mais que isso", sem crase.

d) Atribuem-se às esferas federal, estadual e municipal as falhas ao não preparar toda a infraestrutura para o combate à dengue.

CORRETO. O uso da crase está correto em "às esferas", pois ocorre a fusão da preposição "a" (exigida pelo verbo "atribuir") com o artigo "as" que antecede o substantivo feminino "esferas". Da mesma forma, em "para o combate à dengue", a crase é correta, pois resulta da contração da preposição "a" (exigida pelo substantivo "combate") com o artigo "a" que acompanha "dengue".

e) Mudanças climáticas, aumento de circulação de pessoas e urbanização desordenada foram às causas da alta global da dengue.

INCORRETO. O uso da crase está errado. A forma correta seria "foram as causas", sem crase. O verbo "ser" é um verbo de ligação e não requer preposição para ligar o sujeito ao predicativo do sujeito ("as causas da alta global da dengue").

GABARITO D

a) Agradeça as pessoas as frases ditas, no processo de domesticação, que outrora manteram você dentro de uma pequena ética.

INCORRETA. O verbo "agradecer" pode ser usado de várias formas, incluindo como transitivo direto (agradecer algo) ou como transitivo direto e indireto (agradecer algo a alguém). Na frase, o verbo "agradecer" é usado como transitivo direto e indireto, então deve ser "agradecer algo a alguém". O objeto indireto "as pessoas" deve ser precedido pela preposição "a", que, combinada com o artigo "as", resulta em crase: "Agradeça às pessoas as frases ditas...".

Além disso, a forma correta do verbo "manter" no pretérito perfeito do indicativo (3ª pessoa do plural) é "mantiveram", não "manteram".

Correção: Agradeça às pessoas as frases ditas, no processo de domesticação, que outrora mantiveram você dentro de uma pequena ética.

Dica: Verbos derivados de "ter" (como manter, reter, conter) seguem o padrão de conjugação do verbo "ter".

b) Se as pessoas se deterem na obediência à regras de educação, terão o privilégio de serem respeitadas.

INCORRETA. A forma correta do verbo "deter" no futuro do subjuntivo (3ª pessoa do plural) é "detiverem", não "deterem". Lembre-se da regra dos verbos derivados de "ter". Além disso, não ocorre crase antes de palavras no plural quando o "a" está no singular, como em "à regras". Aqui, o correto é "a regras", pois não há artigo "as".

Correção: Se as pessoas se detiverem na obediência a regras de educação, terão o privilégio de serem respeitadas.

c) Quando você ver alguma pessoa eructando em público, chame-lhe à atenção naquele momento.

INCORRETA. A conjugação correta do verbo "ver" no futuro do subjuntivo (3ª pessoa do singular) é "vir", não "ver". Além disso, "chamar a atenção de alguém" é a construção usual, e não requer crase. Outra opção, mais tradicional, é "chamar alguém à atenção", que sim, exige a crase, mas para isso o pronome usado deve ser "o" ou "a", não "lhe".

Correção: Quando você vir alguma pessoa eructando em público, chame-o à atenção naquele momento.

d) Naquela ocasião, muitas pessoas tinham chego ao cúmulo do desrespeito com relação a atitude de flatar.

INCORRETA. A forma correta do particípio do verbo "chegar" é "chegado", e não "chego". Além disso, "com relação a atitude" precisa da crase, porque "atitude" é um substantivo feminino precedido de artigo definido "a". Portanto, é necessário marcar a crase: "com relação à atitude".

Correção: Naquela ocasião, muitas pessoas tinham chegado ao cúmulo do desrespeito com relação à atitude de flatar.

e) Se você obtiver a informação de que uma pessoa é não binária, dedique a ela toda a gentileza e pergunte como quer ser tratada.

CORRETA. A forma verbal "obtiver" está corretamente conjugada no futuro do subjuntivo (3ª pessoa do singular). O verbo "dedicar" foi corretamente empregado como transitivo direto e indireto: "dedicar algo a alguém". Não ocorre crase antes de pronomes pessoais, como "ela", então a frase está correta sem o acento grave.

GABARITO E

Lacuna 1: a - à - na

O verbo "ir" exige a preposição "a" (ir a algum lugar). Como o substantivo "feira" é feminino e precedido por um artigo, ocorre a crase, que é a junção da preposição "a" com o artigo "a": ir a + a feira = ir à feira. Portanto, a forma correta é "à feira".

Resultado: Podemos eliminar as alternativas "B", "C" e "D", que são incorretas.

Lacuna 2: a - à

Não ocorre crase antes de verbos, pois verbos não aceitam artigos. Nesse caso, usa-se apenas a preposição "a", sem o acento grave. Portanto, a forma correta é "a" (apenas preposição).

Lacuna 3: da - na - sobre a - pela - com a

O verbo "preocupar-se" exige a preposição "com": preocupar-se com algo. Portanto, a única construção correta é "se preocupou com a repercussão".

Resultado: Com isso, eliminamos a alternativa "A", deixando apenas a alternativa "E" como a correta. Vamos analisar as próximas lacunas para confirmar.

Lacuna 4: perante - de - à - com - por

Segundo o Dicionário Prático de Regência Nominal de Celso Luft, o adjetivo "zeloso" pode reger as preposições "de", "com" ou "por". Portanto, "zelosos por suas mercadorias" é uma construção correta.

Lacuna 5: salvar-lhes - salvar elas - salvá-las

O verbo "salvar" é transitivo direto, ou seja, exige um objeto direto. Nesse caso, devemos usar o pronome oblíquo átono "as" para retomar "mercadorias", o que resulta em "salvá-las".

OBSERVAÇÃO: Os pronomes oblíquos como "lhe" e "lhes" são usados como objetos indiretos, enquanto os pronomes "o", "a", "os", "as" são usados como objetos diretos. O uso de "elas" estaria incorreto aqui, pois é um pronome reto ou oblíquo tônico, que exige uma preposição.

Frase final:

A senhora foi à feira e, ao ver o preço do chuchu, começou a bradar que aquilo era um assalto e não se preocupou com a repercussão de sua atitude. Os moleques, zelosos por suas mercadorias, queriam salvá-las.

GABARITO E

a) O prazo de prescrição intercorrente será, em regra, de 8 (oito) anos.

INCORRETO. Na verdade, a prescrição das ações de improbidade administrativa ocorre em 8 anos, mas a prescrição intercorrente tem um prazo reduzido para 4 anos. A prescrição intercorrente se aplica quando o processo sofre interrupções e recomeça a contar pela metade do prazo original, conforme o art. 23, § 5º, da Lei nº 8.429/1992.

Art. 23, § 5º: "Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do dia da interrupção, pela metade do prazo previsto no caput deste artigo."

b) Os atos de interrupção e suspensão de prescrição produzem efeito exclusivamente em relação a parte do processo em que foi praticado.

INCORRETO. Na verdade, os atos de interrupção e suspensão da prescrição afetam todos os envolvidos no processo, e não apenas uma parte. Isso significa que, se houver interrupção ou suspensão, ela se aplica a todos que participaram do ato de improbidade.

Art. 23, § 6º: "A suspensão e a interrupção da prescrição produzem efeitos relativamente a todos os que concorreram para a prática do ato de improbidade."

c) O reconhecimento da prescrição intercorrente pode se dar de ofício ou a requerimento da parte interessada, após prévia oitiva do Ministério Público.

CORRETO. O juiz pode reconhecer a prescrição intercorrente tanto de ofício quanto a pedido da parte interessada, mas, antes, deve ouvir o Ministério Público.

Art. 23, § 8º: "O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério Público, deverá, de ofício ou a requerimento da parte interessada, reconhecer a prescrição intercorrente da pretensão sancionadora e decretá-la de imediato, caso, entre os marcos interruptivos referidos no § 4º, transcorra o prazo previsto no § 5º deste artigo."

d) A instauração de inquérito civil ou processo administrativo para apuração não suspende o prazo prescricional.

INCORRETO. A instauração de um inquérito civil ou processo administrativo para apurar a prática de improbidade suspende o prazo prescricional por até 180 dias, conforme o art. 23, § 1º.

Art. 23, § 1º: "A instauração de inquérito civil ou de processo administrativo para apuração dos ilícitos referidos nesta Lei suspende o curso do prazo prescricional por, no máximo, 180 (cento e oitenta) dias corridos, recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso não concluído o processo, esgotado o prazo de suspensão."

e) É causa de interrupção de prescrição o despacho que determina a citação do réu.

INCORRETO. A interrupção da prescrição ocorre somente em casos específicos, como o ajuizamento da ação, publicação da sentença condenatória, entre outros eventos, mas não pela simples citação do réu.

Art. 23, § 4º: "O prazo da prescrição referido no caput deste artigo interrompe-se:

I - pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa;

II - pela publicação da sentença condenatória;

III - pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal que confirma sentença condenatória ou que reforma sentença de improcedência;

IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribunal de Justiça que confirma acórdão condenatório ou que reforma acórdão de improcedência;

V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal Federal que confirma acórdão condenatório ou que reforma acórdão de improcedência."

GABARITO C

Essa questão exigiu o conhecimento do § 2º do art. 23-B:

Art. 23-B. Nas ações e nos acordos regidos por esta Lei, não haverá adiantamento de custas, de preparo, de emolumentos, de honorários periciais e de quaisquer outras despesas. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)

[...]

§ 2º Haverá condenação em honorários sucumbenciais em caso de improcedência da ação de improbidade se comprovada má-fé.(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)

GABARITO A

Essa questão exigiu o conhecimento do § 2º do art. 20 da Lei de Improbidade Administrativa:

Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.

§ 1º A autoridade judicial competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, do emprego ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for necessária à instrução processual ou para evitar a iminente prática de novos ilícitos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)

§ 2º O afastamento previsto no § 1º deste artigo será de até 90 (noventa) dias, prorrogáveis uma única vez por igual prazo, mediante decisão motivada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)

GABARITO E

As penalidades de perda da função pública e suspensão dos direitos políticos só poderão ser efetivadas após o trânsito em julgado da decisão condenatória, conforme o art. 20, caput, da Lei nº 8.429/1992, que não sofreu alterações com a edição da Lei nº 14.230, de 2021:

Art. 20. "A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória."

Observação: A principal mudança trazida pela Lei nº 14.230, de 2021, é que, agora, todas as sanções decorrentes de atos de improbidade administrativa só poderão ser executadas após o trânsito em julgado da sentença condenatória. Isso está previsto no art. 12, § 9º, da mesma lei:

Art. 12, § 9º: "As sanções previstas neste artigo somente poderão ser executadas após o trânsito em julgado da sentença condenatória."

GABARITO D